domingo, 21 de maio de 2017

Nilo Peçanha, primeiro afrodescendente a ocupar a Presidência da República do Brasil

 

 


Alguns pesquisadores afirmam que suas fotografias presidenciais eram retocadas para branquear sua pele escura.
Filho do negro Sebastião de Sousa Peçanha, conhecido como “Sebastião da Padaria”, e da branca  Joaquina Anália de Sá Freire, integrante de importante família de políticos do Rio de Janeiro, Nilo Procópio Peçanha foi o primeiro presidente da República do Brasil afrodescendente.

Com a morte de Afonso Pena, Nilo Peçanha assumiu a Presidência da República e ficou no cargo nos anos de 1909 e 1910.

Seu governo foi marcado pela agitação política em razão de suas divergências com Pinheiro Machado, líder do Partido Republicano Conservador. Durante seu governo,  criou o Ministério da Agricultura, Comércio e Indústria, o Serviço de Proteção aos Índios  e inaugurou o ensino técnico no Brasil.

Registra a história que Peçanha, nascido em Campos dos Goytacazes em 2 de outubro de 1867, era frequentemente ridicularizado na imprensa em charges e anedotas que se referiam à cor da sua pele. Além disso, durante sua juventude, a elite social de Campos dos Goytacazes o chamava-o de "o mestiço do Morro do Coco".

Peçanha estudou na Faculdade de Direito de São Paulo e depois na Faculdade do Recife, onde se formou. Casou-se com Ana de Castro Belisário Soares de Sousa, conhecida como "Anita", descendente de aristocráticas e ricas famílias campistas. O casamento foi um escândalo social, pois a noiva teve que fugir de casa para poder se casar com um sujeito pobre e "mulato", embora político promissor.

Sua carreira política teve início ao ser eleito para a Assembleia Constituinte em 1890. Em 1903 foi eleito sucessivamente senador e presidente do estado do Rio de Janeiro, permanecendo no cargo até 1906 quando foi eleito vice-presidente de Afonso Pena. 
Com a morte de Afonso Pena em 1909, assumiu o cargo de presidente. 


Ao fim do seu mandato presidencial, retornou ao Senado e, dois anos, depois foi novamente eleito presidente do estado do Rio de Janeiro. Renunciou a este cargo em 1917 para assumir o Ministério das Relações Exteriores. Em 1918 foi novamente eleito senador.

Em 1921 foi candidato à Presidência da República pelo Movimento Reação Republicana, que tinha como objetivo contrapor o liberalismo político contra a política das oligarquias estaduais. Foi derrotado pelo candidato governista Artur Bernardes nas eleições de 1.º de março de 1922.

Faleceu em 1924, no Rio de Janeiro, afastado da vida política.

Fonte: revista Época, Wikipédia
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