terça-feira, 10 de maio de 2016

Protestos contra o impeachment de Dilma interditam vias pelo País

Há protestos em estados como SP, PB, RN e RS; serviços de ônibus foram paralisados em cidades do interior paulista


Manifestantes ligados à Frente Brasil Popular interditam via na área central de São Paulo
Manifestantes ligados à Frente Brasil Popular interditam via na área central de São Paulo
Uma série de protestos contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff  interdita avenidas e rodovias pelo País, na manhã desta terça-feira, 10, véspera da votação da admissibilidade do afastamento da petista pelo Senado. Em São Paulo, os bloqueios provocaram congestionamentos em vários pontos no início na manhã. Pelas redes sociais, movimentos convocam os manifestantes para protestarem contra "o golpe" e "em favor da democracia".
A Avenida 23 de Maio, importante via da capital paulista, foi bloqueada nos dois sentidos na altura do Terminal Bandeira. Os manifestantes atearam fogo em madeira e pneus.
Há também protesto na rodovia Hélio Smidt, que dá acesso ao Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos. Uma faixa da esquerda foi liberada no início da manhã, mas ainda há fogo na pista, no sentido do terminal. Outra manifestação ocorre na Marginal Pinheiros. 
Pelas redes sociais, a Frente Brasil Popular, que reúne vários movimentos sociais, fez uma convocatória para que os manifestantes fossem às ruas. "Vai ter muita luta em defesa da democracia! O Brasil diz não contra o golpe!", diz uma mensagem postada no Facebook. A Central Única de Trabalhadores (CUT) também convoca atos em todo o País "em defesa da democracia, dos direitos trabalhistas sociais e humanos". 
Interior paulista.  Reivindicações salariais misturadas a protestos contra o processo de impeachment paralisaram o transporte coletivo em 11 cidades da região de Sorocaba, na manhã desta terça-feira (10). Em Sorocaba, os ônibus circularam das 4 às 6 horas e foram recolhidos às garagens. Milhares de pessoas não conseguiram chegar ao trabalho. Manifestações dos sindicatos dos motoristas e dos metalúrgicos, ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), interromperam o trânsito nos principais corredores viários. Um dos protestos foi realizado em frente à prefeitura.
Na Paraíba, manifestantes fecham rodovias
Na Paraíba, manifestantes fecham rodovias
Em Tatuí e Itapetininga, o transporte urbano também foi paralisado. Nas três cidades, a previsão era de que o serviço fosse retomado entre 10 e 11 horas. O sindicatos alegam falta de atendimento às reivindicações salariais de motoristas e cobradores, mas também criticam a tentativa de afastamento da presidente Dilma. A greve se estendeu ao transporte urbano e intermunicipal de Votorantim, São Roque, Alumínio, Mairinque, Araçoiaba da Serra, Salto de Pirapora, São Miguel Arcanjo e Itapeva.
Rio Grande do Sul. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os manifestantes interditam totalmente BR-290, no quilômetro 107, na cidade de Eldorado do Sul, Região Metropolitana de Porto Alegre. 
Paraíba.  Em João Pessoa, o bloqueio é no quilômetro 35 da BR-230. O trânsito está totalmente interditado para quem segue paras as cidades de Campina Grande, no interior paraibano, e Natal, no Rio Grande do Norte. Os protestos são liderados pela Frente Brasil Popular, com grupos espalhados em vários pontos da cidade. Eles fecham também acesso a trens e a empresas de ônibus coletivo. Em Campina Grande, a interdição é na rotatória da BR-230 que dá acesso à cidade.
Rio Grande do Norte. Em Natal, o serviço de ônibus foi paralisado na região metropolitana durante a manhã. De acordo com a prefeitura da capital potiguar, táxis e  ônibus fretados foram autorizados a fazer lotação durante a paralisação. Manifestantes também queimaram pneus no acesso ao Campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), vizinho ao viaduto na BR-101. / LUCIANA AMARAL, JOSÉ ROBERTO GOMES, VITOR TAVARES,  JOSÉ MARIA TOMAZELA E JANAÍNA ARAÚJO, ESPECIAL PARA O ESTADO