sexta-feira, 10 de julho de 2015

Aposentados com a corda no pescoço


 

A presidente Dilma Rousseff sinalizou ontem que deve vetar a extensão do reajuste do salário mínimo dos aposentados e apresentar uma nova proposta.
Questionada sobre o tema após participar da cúpula do Brics, na cidade russa de Ufá, Dilma disse que não pode discutir o veto porque não “avaliou completamente” o assunto, mas indicou o caminho que adotará.
“Muitas vezes, e vou lembrar do Código Florestal, nós vetamos e botamos uma proposta na mesa. Fator previdenciário: vetamos e botamos uma proposta na mesa”.
Anteontem, o governo perdeu a disputa no Senado em torno da votação da medida provisória do salário-mínimo. Originalmente, a medida provisória apenas mantinha a política de valorização do salário-mínimo até 2019.
Os deputados, no entanto, estenderam a fórmula de cálculo para todos os benefícios previdenciários superiores ao mínimo, alteração que foi feita pela Câmara dos Deputados contra a vontade do governo.
A estratégia dos senadores aliados era forçar o retorno da matéria à Câmara a partir de alteração no texto. Com isso, a medida provisória teria mais 27 dias para ser analisada antes de perder a validade. E caberia, afinal, aos deputados assumir a responsabilidade da redação final.
No entanto, a alteração sugerida a partir de emenda proposta pelo senador Cristovam Buarque foi rejeitada por 34 votos a 25. Houve uma abstenção, e vários senadores que estavam presentes apagaram o registro de presença para não votar.
Em uma manobra de última hora, o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral, pediu ao presidente da Casa, Renan Calheiros, que adiasse a leitura do texto. Sem isso, o projeto não pode seguir para a Presidência da República. Mas não deu certo.