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O brasileiro Claudio Vieira de Oliveira sabe, talvez
mais do que muita gente, como é viver em uma situação adversa. Em 1976,
quando sua mãe tinha 37 anos, médicos a aconselharam a deixar seu filho
recém-nascido morrer, afirmando que ele não teria chances na vida.
Ele
havia nascido com sérias deformações nas articulações e sua cabeça era
totalmente virada para baixo, encostada nas costas. Felizmente, a
história se desenrolou de outro modo. Nascido em Monte Santo, ele não só
sobreviveu, mas aprender a se virar sozinho e tornou-se um palestrante
motivacional. A sua história foi contada no Daily Mail e, nos últimos
dias, foi destaque em diversos veículos internacionais – como ele mostra
em seu Facebook.
“Desde
que eu era criança tinha que manter minha mente ocupada e trabalhando.
Eu não gostava de depender totalmente dos outros. Fazia pesquisas,
consultoria para clientes. Com o tempo, aprendi a ligar sozinho a TV, a
usar meu celular, a ligar o rádio, computador e navegar na internet”,
afirmou.
Grande
parte dessas tarefas, ele faz com sua boca: de mexer no celular à
movimentar o mouse do computador. Usa sapatos especiais para facilitar
sua locomoção. Conseguiu graduar-se na Universidade Feira de Santana.
“Há muita alegria hoje com o Claudio. Ele é como qualquer outra pessoa.
Nós nunca tentamos ‘consertá-lo’ e sempre o incentivamos a buscar fazer
as coisas por conta própria. Ele nunca teve vergonha de andar na rua”,
afirma sua mãe, Maria José.
Enquanto
crescia, sua família adaptou a casa para que ele pudesse se movimentar
melhor. O piso foi trocado e seu quarto ganhou interruptores e tomadas
mais baixos, para que ele mesmo pudesse mexer. Ele não pode usar uma
cadeira de rodas, porque sua condição não permitia, mas insistiu em
frequentar escolas, para conviver com outras crianças. “Ao longo de
minha vida, aprendi a adaptar meu corpo ao mundo. Agora, não vejo muita
diferença em ter nascido diferente”, afirmou.
“Eu
não vejo as coisas de cabeça para baixo. Isso é algo que falo sempre
durante minhas palestras”. Claudio afirma que recebe convites do mundo
todo para contar sua história de vida. “No cotidiano, leio revistas,
livros; assisto, na TV, telejornais, novelas, programas educativos. Sou
uma pessoa que busca não depender totalmente de terceiros; ligo e
desligo aparelhos domésticos; atendo celular; digito em teclado de
computadores; escrevo; faço minhas refeições sozinho… Tudo isso com a
boca. E danço… E namoro… Saio com amigos… Viajo… Faço tudo. Gosto de
viver”, escreveu em seu site.