quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Primeira reitora negra da Bahia ministra aula em Feira de Santana

 

 

A reitora destacou que Salvador é a primeira capital que tem um programa de combate ao racismo institucional, e informou que a intenção do convite para ela participar da aula-palestra é a troca de experiências com vistas na implantação desse programa pela prefeitura de Feira de Santana.
 
 
Ney Silva/Acorda Cidade

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Daniela Cardoso
A primeira reitora negra da Bahia e atual secretária de Reparação Social da prefeitura de Salvador, Ivete Sacramento, ministrou uma aula-palestra para alunos do núcleo de estudos de igualdade racial (Nepir), nesta terça-feira (26), no Centro de Atendimento ao Feirense (Ceaf). O Nepir é uma iniciativa do Conselho Municipal de Comunidades Negras e Indígenas, com apoio da secretaria municipal de Desenvolvimento Social.
A reitora destacou que Salvador é a primeira capital que tem um programa de combate ao racismo institucional, como programa de governo, e informou que a intenção do convite para ela participar da aula-palestra é a troca de experiências com vistas na implantação desse programa pela prefeitura de Feira de Santana.
“Temos metas que devem ser cumpridas. O racismo impede a ascensão dos servidores, faz com que a prefeitura tenha um serviço ruim, pois as pessoas fazem atos de racismo contra os servidores, contra os clientes e queremos enfrentar esse problema de forma que no futuro não tenhamos mais atos de racismo vindos de servidores das prefeituras”, afirmou Ivete Alves.
A secretária de Reparação Social informou que em Salvador tem 52% da população negra e parda do Brasil. Segundo ela, na capital baiana, 82% da população é negra e parda e ainda assim existem impedimentos pela cor da pele. Ivete Alves explicou que se trata de uma discriminação histórica.
“O racismo implica na falta do desenvolvimento do país. Falamos de racismo institucional quando se confunde a cor da pele com condição social. No dia 14 de maio de 1888, um dia após a abolição da escravatura, a raça negra foi excluída do processo histórico desse país. Isso se reflete até hoje, pois quem mora na periferia, quem tem educação de má qualidade, quem tem saúde de má qualidade, é geralmente a raça negra e pobre”, afirmou.
Ela disse que o objetivo das discussões é promover a igualdade racial e consequentemente a igualdade econômica, cultural e assim por diante. Para a secretária, o negro encontra diversas dificuldades no país inteiro. Ela cita as cotas como exemplo e considera que elas são ações afirmativas que tratam de modo diferente a quem historicamente foi tratado de modo diferente.
As informações são do repórter Ney Silva do Acorda Cidade