Líder grevista informa que pede 80% de reajuste e governo oferece 35%.
Estado informa que grevistas querem subsídio já com valor da gratificação.
O reajuste nas Condições Especiais de Trabalho (CET) é o principal
ponto de divergência entre policiais grevistas e governo do estado, que
tentam negociar a finalização do movimento iniciado na Bahia, há um dia, nesta quarta-feira (16), segundo informa Marco Prisco, vereador filiado pelo PSDB que lidera o movimento.
"A questão remuneratória o governo não avançou. Queremos 90% para
motorista e 80% para os policiais. Pode ter uma variação nisso sim.
Agora é com o governo", diz. Prisco participa de nova reunião, na noite
desta quarta-feira, com deputados estaduais, na Assembleia Legislativa
e, em seguida, aconcete um encontro com o governador Jaques Wagner, na
sede da Governadoria. O líder grevista informa que a categoria está
aberta para acordo ainda nesta noite.
O governo explica que a CET é uma gratificação que atualmente vigora
para oficiais e que os grevistas pedem que se estenda a todos do efetivo
policial, informa o diretor de comunicação da PM, Gilson Santiago, que
responde pelo governo. "Eles querem também que todo o reajuste que seja
concedido aos policiais também seja concedido aos policiais inativos",
explica.
(Foto: Henrique Mendes/G1)
Em relação à CET, o governo concordou em fazer alterações em reunião que antecedeu assembleia
na terça-feira. Ficou acertado reajuste de 25% no valor da remuneração
de policiais do administrativo; de 17% para 35% no valor para quem
recebia reajuste; e os motoristas, que tinham 35%, ficarão com 60%. O
código de ética e dos processos disciplinares, outros dois quesitos
reinvindicados, também seriam revisados.
De acordo com Santiago, os grevistas pedem que o pagamento da
Gratificação da Atividade Policial 5 (GAP-5), negociada em duas parcelas
na greve de 2012, seja paga de forma integral e imediata, a partir do
próximo vencimento. "Na realidade, o comando de greve quer um padrão
remuneratório diferente do que temos hoje. Eles querem um subsídio, que
faria com que todos ganhassem igualmente, soldados e oficiais. O
soldado, na regra atual, na composição do subsídio, tem as
gratificações. Eles querem que o subsídio seja implantado imediatamente e
não esperar até novembro, março ou abril de 2015, como foi acordado".
Ele explica que a GAP-5 vai ser paga em duas partes, uma em novembro e
outra em março ou abril de 2015. "Isso já foi objeto de negociação de
2012 e eles querem discutir isso novamente, só que com outro padrão.
Eles já querem que seja paga essa GAP-5 no próximo mês e de uma vez só",
ressalta.
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Outros pontos da pauta de negociação apresentadas pelos grevistas são o
aumento do auxílio alimentação para R$ 500 e 'anistia' a todos os
participantes deste e do movimento de 2012, entre outros como a revisão
do código de ética.
O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) declarou a ilegalidade da greve.
De acordo com a decisão do desembargador Roberto Frank, os policiais
militares devem retornar ao trabalho imediatamente. Caso os policiais
não retornem ao trabalho, será aplicada multa diária de R$ 50 mil.
Lojas, bancos e shopping fecharam as portas em Salvador e a população, em geral, tem evitado sair às ruas.
Motivação 'eleitoreira'
O governador Jaques Wagner disse, na tarde desta quarta-feira, que não teve contato com a contraproposta dos policiais grevistas e que ainda não há previsão de finalização da greve de policiais militares. Wagner afirmou que a população pode sair às ruas e avalia o movimento de paralisação como eleitoreiro. Para ele, os grevistas não estão acostumados com a abertura de diálogo e estão "apostando no caos para assustar a sociedade e o governo". "Essa greve é ilegal, inconstitucional e unilateral. Nos últimos sete anos e meio, a PM acumulou ganho real de 60%".
O governador Jaques Wagner disse, na tarde desta quarta-feira, que não teve contato com a contraproposta dos policiais grevistas e que ainda não há previsão de finalização da greve de policiais militares. Wagner afirmou que a população pode sair às ruas e avalia o movimento de paralisação como eleitoreiro. Para ele, os grevistas não estão acostumados com a abertura de diálogo e estão "apostando no caos para assustar a sociedade e o governo". "Essa greve é ilegal, inconstitucional e unilateral. Nos últimos sete anos e meio, a PM acumulou ganho real de 60%".
Reforço na segurança
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informa que as tropas federais deslocadas à Bahia vão ser distribuídas em diversos municípios. Feira de Santana, Vitória da Conquista e Juazeiro, além de Salvador, também vivem mobilização da categoria. Cardozo aponta que as tropas são compostas por policiais militares, civis, bombeiros e peritos
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informa que as tropas federais deslocadas à Bahia vão ser distribuídas em diversos municípios. Feira de Santana, Vitória da Conquista e Juazeiro, além de Salvador, também vivem mobilização da categoria. Cardozo aponta que as tropas são compostas por policiais militares, civis, bombeiros e peritos
“As reivindicações podem ser legítimas, podem ser justas. Agora, quando
elas se colocam contra a sociedade, contra o interesse público,
trazendo insegurança e um clima social perverso, não podem ser tidas
como legítimas. (...) O Estado brasileiro não aceita que situações desse
tipo se coloquem. A sociedade não pode aceitar que pessoas remuneradas
pelos cofres públicos ajam dessa maneira”, completou.
A presidente Dilma autorizou
o emprego das Forças Armadas na segurança pública por conta da
diminuição do efetivo de PM nas cidades. Militares do Exército já são
vistos nas ruas de Salvador. A PM informou que 85 viaturas, com 202
policiais, estão em atividade.
A previsão é a de que seis mil militares do Exército lotado na Bahia
atuem no reforço, junto a cerca de três mil deslocados do Recife e de
São Paulo, com mais três mil da Força Nacional.
Greve de 2012
Marco Prisco foi o líder do movimento grevista de 2012, que durou 12 dias. Ele foi preso depois de um cerco do prédio da Assembleia Legislativa, onde os policiais acamparam, pelas tropas federais. No total, foram 12 mandados de prisão expedidos, motivados por conversas gravadas, reveladas pelo Jornal Nacional, que mostraram acertos para realização de ações de vandalismo em Salvador. No período, o aumento no número de homicídios foi de mais de 100%. Na ocasião, eles pediam o pagamento da Gratificação da Atividade Militar (GAP) 4 e a 5, além da não punição administrativa. Em outubro, Prisco foi o quarto vereador mais votado na capital baiana, eleito pelo PSDB.
Marco Prisco foi o líder do movimento grevista de 2012, que durou 12 dias. Ele foi preso depois de um cerco do prédio da Assembleia Legislativa, onde os policiais acamparam, pelas tropas federais. No total, foram 12 mandados de prisão expedidos, motivados por conversas gravadas, reveladas pelo Jornal Nacional, que mostraram acertos para realização de ações de vandalismo em Salvador. No período, o aumento no número de homicídios foi de mais de 100%. Na ocasião, eles pediam o pagamento da Gratificação da Atividade Militar (GAP) 4 e a 5, além da não punição administrativa. Em outubro, Prisco foi o quarto vereador mais votado na capital baiana, eleito pelo PSDB.
(Foto: Henrique Mendes/G1)