O
beato José de Anchieta, um dos jesuítas fundadores da cidade de São
Paulo, vai ser canonizado pelo papa Francisco, que publicará nesta
quarta-feira (2) o decreto que o proclama santo. A informação foi
divulgada pela agência Zenit, acrescentando que o espanhol José de
Anchieta será canonizado juntamente com dois beatos nascidos na França,
ligados à evangelização do Canadá - Maria da Encarnação Guyart e o bispo
Francisco de Montmorency-Laval. O papa João Paulo 2º beatificou o
“apóstolo do Brasil” em 22 de junho de 1980.
Igreja Católica: Canonizações de papas João Paulo 2º e João 23 serão em abril
José de Anchieta nasceu em 19 de março de 1534 em Tenerife, Ilhas Canárias, Espanha
Segundo a agência católica, o papa explicou que os
três “novos santos se apresentavam como modelos de evangelização”. O
site Evangelho Quotidiano diz que o padre José de Anchieta é canonizado
sem os dois milagres geralmente necessários, um para a beatificação e
outro para a canonização. O procedimento é chamado canonização
equipolente, pois equivale ao processo normal para declarar que
"determinada pessoa morta se encontra junto de Deus, no céu,
intercedendo pelos que ainda vivem na terra”.
Segundo a Zenit,
para a canonização equipolente são necessários três requisitos: prova do
culto antigo ao candidato a santo, atestado histórico incontestável da
fé católica e das virtudes do candidato e a fama ininterrupta de
milagres intermediados pelo candidato.
De acordo com a agência,
“são inúmeros os milagres e graças atribuídos à intercessão” de José
Anchieta, que é venerado como “bem-aventurado”, aquele que está junto de
Deus, quer por brasileiros, quer por católicos das ilhas espanholas
Canárias.
No dia 24 de abril, às 18h, em Roma, na Igreja de Jesus,
o papa Francisco presidirá missa de ação de graças pela canonização do
"apóstolo do Brasil", na qual estará presente o bispo de Tenerife (terra
natal de Anchieta), Bernardo Álvarez.
O processo de Anchieta começou no ano de sua morte, em 1597, e prolongou-se por 417 anos.
José
de Anchieta nasceu em 19 de março de 1534 em Tenerife, Ilhas Canárias,
Espanha. Em 1551 ingressou na Companhia de Jesus, em Portugal e dois
anos depois embarcou com destino ao Brasil, na comitiva de Duarte da
Costa - segundo Governador Geral - para catequizar os índios.
Em
25 de janeiro de 1554 fundou, com o Pe. Manoel da Nóbrega, um colégio em
Piratininga; aos poucos se formou um povoado ao redor do colégio,
batizado por José de Anchieta, de São Paulo.
Foi mandado para São
Vicente para catequizar os índios e com eles aprendeu a língua Tupi.
Além de instruir os índios, Padre José de Anchieta foi professor dos
noviços que entravam para a Companhia de Jesus no Brasil. Viveu em São
Paulo, Rio de Janeiro e Espirito Santo. Em 1595 escreveu Arte da
gramática da língua mais usada na costa do Brasil, a primeira gramática
do Tupi - Guarani.
Escreveu diversas poesias, cartas e autos. A
poesia de José Anchieta é marcada por conceitos morais, espirituais e
pedagógicos. Compôs primeiro em sua língua materna, o castelhano, e em
latim e posteriormente traduziu para o português e para o tupi. Faleceu
em 9 de junho de 1597 no Espirito Santo.