Tema muito discutido na última semana, não são poucas as pessoas que
ainda têm dúvidas quanto ao que são os rolezinhos e por que a polícia
entrou em cena para monitorar estes encontros.
O movimento surgiu em dezembro do ano passado, em São Paulo. Através
das redes sociais, jovens combinavam encontros em praças públicas ou nos
shoppings para namorar, cantar, dançar e conversar. Depois de oprimidos
por suas condições de vestuário, finanças e até “classes”, os
rolezinhos passaram a ser uma forma de protesto contra uma sociedade que
os exclui de ambientes “requintados” não só na capital paulista, mas
também no Rio de Janeiro.
Os encontros estavam tímidos, até gerar preocupação no governo e
deixar os shoppings apreensivos. Para os participantes, os rolezinhos
nada mais eram do que oportunidades para “zoar, dar uns beijos, rolar
umas paqueras, pegar geral e se divertir”. Para a polícia e os lojistas
dos shoppings, oportunidades para tumultuar centros de compras e
promover furtos e roubos. O caso gerou indignação de alguns cidadãos
pela maneira com que a polícia reagiu, prendendo e barrando pessoas
simplesmente por terem aparência pobre. Bombas de gás lacrimogêneo e
spray de pimenta foram lançados contra mil jovens no Shopping Itaquera,
em São Paulo, num rolezinho que já manifestava indignação das classes
menos favorecidas na sociedade brasileira.
Agressões e prisões foram executadas. Roubos foram dois em todos os
rolezinhos, mas os eventos passaram a ser monitorados por serviços de
inteligência, por conta do receio de que bandidos ou os black blocs se
infiltrassem nos encontros.
Uma reunião foi convocada pela presidente Dilma Rousseff para tratar
do caso. Informações sobre os rolezinhos foram solicitadas para evitar
atos violentos. A ministra da Cultura, Marta Suplicy, e da Justiça, José
Cardozo, foram chamados de surpresa para conversar. Para Dilma, há a
necessidade de se entender o movimento para evitar que ele cresça ainda
mais em todo o país, já que a adesão do Rio e, inclusive a de Brasília,
demonstram indignação e apoio contra a repressão da polícia.
O governo ainda não emitiu uma opinião oficial sobre o assunto, mas a
manifestação da população já começou. Os jovens participantes afirmam
se tratar de um simples “rolê”, mas para muitos esta é a oportunidade de
protestar contra estabelecimentos públicos que restringem indiretamente
seu público a brancos e ricos. Este é o motivo de se ter agora como
alvo shoppings requintados de todo o país.
Os rolezinhos passaram de simples encontros de paquera para uma
continuação das manifestações. Esta é a oportunidade de que todos
precisavam para retomar os protestos contra as calamidades que são
muitas e que existem no Brasil.
O que pesa a favor dos rolezinhos é que o fato de se impedir a
entrada de uma pessoa em um estabelecimento comercial por discriminação
ou preconceito é considerado crime. O que pesa contra é que como o
número de pessoas que estão aderindo aumentou, é preferível que se
encontrem em locais maiores. A Constituição determina aviso prévio das
autoridades. Mas como todos sabemos que as autoridades não nos avisam
quando colocam as mãos no dinheiro que é público, os rolezinhos, pelo
jeito permanecerão mesmo nos shoppings.
Como o caso dispensa a ação da polícia, já que todos têm o direito de ir e vir, o prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), buscou ajuda para dialogar com o movimento. Emissários estão estrategicamente enviados para negociar com os organizadores do evento. O escolhido principal foi o secretário municipal da Igualdade Racial, Netinho de Paula. Jovens foram convidados a se reunir com o prefeito. “Eu tenho diálogo com eles, eles conhecem a minha origem”, afirmou Netinho. Mais 1.500 pessoas confirmaram um “rolê político” no Shopping Iguatemi de Brasília no próximo dia 25. “O rolezinho ganhou status de manifestação política com a repressão policial de São Paulo. É a continuação do movimento de junho, só que agora nas periferias”, disse o organizador na capital. O shopping informou que “tem como procedimento padrão atuar para garantir a segurança e a tranquilidade
Como o caso dispensa a ação da polícia, já que todos têm o direito de ir e vir, o prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), buscou ajuda para dialogar com o movimento. Emissários estão estrategicamente enviados para negociar com os organizadores do evento. O escolhido principal foi o secretário municipal da Igualdade Racial, Netinho de Paula. Jovens foram convidados a se reunir com o prefeito. “Eu tenho diálogo com eles, eles conhecem a minha origem”, afirmou Netinho. Mais 1.500 pessoas confirmaram um “rolê político” no Shopping Iguatemi de Brasília no próximo dia 25. “O rolezinho ganhou status de manifestação política com a repressão policial de São Paulo. É a continuação do movimento de junho, só que agora nas periferias”, disse o organizador na capital. O shopping informou que “tem como procedimento padrão atuar para garantir a segurança e a tranquilidade