Defesa da Portuguesa não conseguiu reverter decisão de primeira instância
O Pleno do STJD (Supremo Tribunal de Justiça Desportiva) julgou no
final da manhã desta sexta-feira o recurso impetrado pela Portuguesa
para reversão da pena de quatro pontos, imposta pela escalação irregular
do jogador Héverton, contra o Grêmio, pela última rodada do Campeonato
Brasileiro. No entanto, apesar da defesa feita pelo advogado João
Zanforlin, a punição foi mantida, deixando a Lusa com 44 pontos,
sacramentando o rebaixamento paulista para a Série B. Com isso, o
Fluminense acabou salvo do descenso.
Inicialmente, a Portuguesa tentou se defender ao dizer que Héverton
"não tem qualidade técnica para mudar uma partida", segundo palavras do
próprio Zanforlin, além de usar o Estatuto do Torcedor. Logo a seguir,
foi a vez do procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, rebater o advogado
luso, disparando contra a tese defendida. "O doutor Zanforlin não
acredita na tese que defende", afirmou. Depois, foi a vez de Mário
Bittencourt, advogado do Fluminense, que entrou como terceiro
interessado no processo. "Se o atleta (Heverton) não valia de nada, por
que a Portuguesa não entrou com 10?", questionou.
Finalmente, Michel Assef Filho, representante do Flamengo, deu sua
posição, deixando claro que os rubro-negros não estavam ali para
defender a Portuguesa. Então, o relator Décio Neuhaus leu seu voto, em
defesa escrita previamente, na qual rebateu as teses de Zanforlin,
chamando o erro da Lusa de "grosseiro" e "amadorístico" - o voto do
relator durou cerca de 40 minutos. Todos os outros auditores seguiram o
voto de Neuhaus, mantendo a punição à Portuguesa de forma unânime. Resta
agora à Lusa acionar a Justiça comum, pois as instâncias desportivas
estão esgotadas.