"Perdoem-me se estas
palavras forem um pouco fortes, mas digo a verdade: a falta de trabalho
faz-nos sentir sem dignidade. E esta tragédia é a consequência de um
sistema económico que colocou no seu centro um ídolo chamado dinheiro".
O
Papa falou da sua experiência com a realidade do desemprego e da
precaridade. "Não posso propriamente dizer que experimentei esse
sofrimento mas a minha família sim", disse, citado pela AFP. "O meu pai
partiu da Argentina para tentar uma oportunidade na América. Sofreu a
terrível crise de 1929 e perdeu tudo", disse, contando que como nasceu
em 1936 não assistiu ao drama familiar, mas foi marcado por ele na
infância, ao ouvir as conversas da família.
O Papa foi aplaudido por uma multidão emocionada (muitas pessoas choraram), e foi então, relata o El País,
que confessou o seu receio de as suas palavras soarem a falsas. "Devo
dar-vos ânimo. Mas também sei que devo fazer tudo o que puder para que
esta palavra não seja só uma bela palavra que dizemos. Quero que este
encontro me leve a fazer tudo o que posso como pastor e como homem".