O deputado federal Natan Donadon (ex-PMDB-RO), condenado pelo STF
(Supremo Tribunal Federal) e preso há dois meses, teve seu mandato
mantido nesta quarta-feira (28) pela Câmara dos Deputados. Em votação
secreta, 233 deputados votaram a favor de sua cassação, 131 contra e
houve 41 abstenções. Para cassá-lo, eram necessários 257 votos, o que
representa a metade do total de deputados mais um voto. Após a decisão, o
presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), determinou o
afastamento de Donadon de suas funções e a convocação do suplente, que
será Amir Lando (PMDB-RO).
Donadon se defende na Câmara
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Donadon diz que sofre na prisão e reclama de algemas -
Vozes das ruas crucificaram Jesus, afirma deputado Donadon
Alves afirmou que não seria possível que o deputado mantivesse seu
trabalho no Legislativo estando preso. Ele fez um apelo para que PEC
(Proposta de Emenda Constitucional) que determina o fim do voto secreto
seja aprovada o mais rápido possível pelo Congresso.
A sessão, que começou às 19h, foi estendida pelo presidente da Câmara
até depois de 23h. Segundo ele, 470 parlamentares registraram presença
na sessão anterior à que votou a cassação do deputado, mas só 405
votaram.
Preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, ele foi
condenado pelo STF a 13 anos e quatro meses prisão por peculato e
formação de quadrilha. No momento em que o resultado foi anunciado,
Natan Donadon se ajoelhou, agradeceu a Deus e disse que "a Justiça está
sendo feita".
Mais cedo, Donadon usou a tribuna da Casa para se defender por mais de meia hora.
Ele citou o fato de seu mandado de prisão ter sido expedido na época
dos protestos que tomavam conta do Brasil, em junho, e disse que "as
vozes das ruas crucificaram Jesus" e que o Supremo se submeteu à pressão
da mídia.
O parlamentar relatou como tem sido seu cotidiano na prisão. "Em 60
dias que fiquei preso, tenho sofrido muito. É desumano o que eu passei
nesses dias", declarou.