A
primeira campanha nacional integrada sobre depressão é lançada hoje,
Dia Europeu da Depressão, e pretende alertar para a “dimensão emocional e
física” de duma doença que pode ser responsável por mais de 1200 mortes
por ano em Portugal.
Sob
o mote “A Depressão dói. Mas pode deixar de doer”, a campanha, uma
iniciativa da farmacêutica Lilly que conta com o apoio da Sociedade
Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, pretende falar sobre a
depressão “numa perspectiva integrada, informar, esclarecer e
desmistificar muitas dúvidas que ainda existem e modificar
comportamentos e atitudes perante uma doença que tem uma dimensão
emocional e física”.
A campanha será difundida através da
televisão, da rádio, da imprensa, online, de cartazes em unidades de
saúde e farmácias e de uma unidade móvel interactiva que irá percorrer
várias cidades até ao início de Dezembro.
No camião, as pessoas
poderão, através de conteúdos interactivos, perceber o que é a
depressão, como se manifesta e quais os sintomas que lhe estão
associados, o seu impacto no dia a dia dos doentes, visitar as regiões
do cérebro envolvidas na depressão e responder a um autodiagnóstico que
pode ser impresso para levar a um médico.
Depressão afecta um em cada cinco portugueses
A
depressão afecta um em cada cinco portugueses e pode ser responsável
por mais de 1200 mortes anualmente no país. As consequências económicas
são “enormes”, estimando-se um custo anual de 118 milhões de euros na
Europa, segundo o especialista em fármaco-economia Jorge Félix.
Segundo
Jorge Félix, “a depressão é o principal factor de risco para o
suicídio”, sendo “enormes” as suas consequências sociais e económicas.
Dados
avançados à Lusa pela consultora IMS Health indicam que, entre Setembro
de 2009 e Agosto de 2010, foram vendidas em Portugal 6,885 milhões de
embalagens de anti-depressivos e estabilizadores de humor (mais quatro
por cento em relação ao ano anterior), no valor de 117,1 milhões de
euros, que se manteve igual.
Até Agosto de 2009 tinha havido uma descida de nove por cento do valor destes medicamentos face ao ano anterior.
Um
estudo pioneiro realizado em Portugal em 1992 estimou que a depressão
custaria à sociedade portuguesa cerca de 1227 milhões de euros. Deste
valor, 80 por cento foi atribuído a custos indirectos (perda de produção
por incapacidade temporária) e 17 por cento a custos directos (consumo
de cuidados de saúde). Os custos associados ao suicídio foram estimados
em cerca de três por cento do total. Crescer