A dengue é uma doença infecciosa
produzida por um vírus que é transmitida por um mosquito o “Aedes
aegypti” ocasionando cefaléia (dor na cabeça), mialgias (dores nos
músculos), e muitas outras enfermidades. O mosquito prolifera-se na
época chuvosa do ano e conforme o número de pessoas picadas pelo inseto
poderá ocorrer uma epidemia. Sabe-se que a dengue hemorrágica é fatal,
preferentemente, em crianças. É preciso, então, que se tenha muito
cuidado com esse inseto díptero (falei bonito!). quando criança, lá
pelos meus oito anos, fui penetrado por um berne, aquela larva de inseto
que, se a gente deixar, permanece dias sob a pele, acarretando aquele
vermelhão que é necessário seja, de pronto, extirpado. Retornando ao
assunto sobre a dengue, quero dizer que as autoridades sanitárias têm
feito de tudo para erradicar esse mal que assola o nosso país.
Contaram-me um diálogo travado entre um médico da cidade de Matões, no
Maranhão, e um cidadão desejoso de saber tudo sobre a dengue. O médico,
coordenador na cidade da campanha antidengue, foi para casa descansar
depois de um dia de muito trabalho no posto de saúde. Aí o telefone
tocou altas horas da noite. Era um cidadão fazendo indagações sobre a
doença. O médico chateado, bastante irritado, tentou explicar ao
interlocutor, e para isso usou uma terminologia mais acessível ao homem.
Nada, nada mesmo, do homem entender o que explicara. Dialogaram,
demoradamente. Então, o médico resolveu pedir ao cidadão que lhe fizesse
as perguntas que responderia a todas, desde que uma a uma. Vejam meus
leitores, o diálogo: - Todo “Aedes Aegypti” transmite a dengue? – Não há
motivo de pânico, nem todo mosquito está contaminado. Só os que picam
você. – Acabei de ser picado por um deles. O que devo fazer? – Se o
local da picada estiver infectado, a solução é evitar que o sangue da
região se espalhe pelo corpo todo. Pegue um tampax e coloque rapidamente
na ferida de modo que o absorvente sugue o sangue contaminado; se o
absorvente não couber na picada, pegue uma faca, dessas de cozinha,
limpe-a com álcool, e alargue a ferida até que haja espaço suficiente
para a inserção dele. – Quanto tomei banho hoje fiquei com o umbigo
cheio d’água. Meu umbigo é outro foco para larvas da dengue? – Sim. O
melhor a fazer é não lavar o umbigo, pois o “Aedes Aegypti” gosta de
água limpa. Deixe a água que acumula no seu umbigo sempre suja. – Não
importa o que eu fizer, pois sempre há mosquitos na minha casa. O que
posso fazer para dormir sossegado? – Nesse caso, pegue um pote raso
enche o recipiente com seu sangue. Em vez do “Aedes Aegypti” picá-lo,
para se alimentar, irá diretamente ao pote para poupar trabalho. – Se eu
pegar um “Aedes Aegypti” morto e o fixar com fita durex na parede da
minha casa, o senhor acha que os outros mosquitos ficarão intimidados e
abandonarão o local? – Não. Os “Aedes Aegypti” não se intimidam diante
de cadáveres de camaradas mortos. Como o próprio nome já diz, o mosquito
vem do Egito, onde a população é muçulmana; por esse motivo ele encara a
morte de seus companheiros como um sacrifício pela causa de sua
espécie. Ver o cadáver de um colega exposto só aumentará o ímpeto dos
seus ataques, pois são terroristas. – Uma aranha no meu quarto devorou
um “Aedes Aegypti”; ela está contaminada? – Sim. Chame imediatamente o
pessoal da SUCAM para examinar a aranha, caso contrário contaminará
outras pessoas. Toda aranha com dengue fica mais dengosa e poderá
prender você e sua família em sua teia. – Devo esvaziar a piscina? – Não
precisa, mas se você quiser faça um revezamento com sua família de modo
que sempre alguém dentro dela, fazendo ondas. Piscina parada é ambiente
ideal para mosquito de férias. – Lavar a cabeça é perigoso? – Muito.
Não saia de casa com o cabelo molhado! Água parada no coro cabeludo é
local ideal para o mosquito com problemas psicológicos, de vez que ele
pensa que é piolho!
(Luiz Augusto Sampaio, da Academia Goiana de Letras e
Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, escreve todos os domingos
neste espaço)