domingo, 13 de janeiro de 2013

A ‘drogaria’ do traficante

 

Israel Silva vendia crack misturado com remédios para usuários pensarem que era coca
João Eça

Suspeito foi detido na região do Alto do Cruzeiro, no bairro Periperi/ Fernando Amorim

Vender uma “cocaína alternativa”, por  baixo custo. Para o titular da Delegacia de Periperi, Antônio Carlos Magalhães (ACM) Santos, esse era o ramo de atividade de Israel Santos Silva, 24, preso sob suspeita de tráfico de drogas.
Israel confessa que vendia crack misturado com o anestésico lidocaína e também com comprimidos de Dorflex, remédio bastante usado contra dores. “A lidocaína faz a pessoa ficar anestesiada mais rápido. Eu misturava tudo para virar quase pó (cocaína) de verdade”, relata Israel.
Até mesmo o delegado ficou surpreso com a história de Israel. “Considero o caso sui generis (único, singular). Não conhecia esse tipo de fabricação. O que me deixa ainda mais atônito é que ainda existe mercado consumidor para este tipo de droga que ele vendia”, argumenta ACM Santos.
Para o delegado, os consumidores sabem que a droga de Israel não é cocaína original. “Todo consumidor conhece o produto que compra. Quem compra feijão sabe o que é verdadeiro ou não. É a mesma coisa”, diz ele.

Entenda o caso
O delegado ACM Santos acredita que os usuários continuavam comprando droga nas mãos de Israel devido ao baixo custo da mercadoria. Ele vendia uma pedrinha por cerca de R$ 10. O suspeito foi flagrado com dez pedras. Israel foi detido na região do Alto do Cruzeiro, bairro Periperi. Ele já tinha ficha na polícia: foi detido em 2011 e 2012 também por tráfico. Ele havia deixado a carceragem da Delegacia de Periperi no início do mês de dezembro de 2012.