Israel Silva vendia crack misturado com remédios para usuários pensarem que era coca
João Eça
Vender
uma “cocaína alternativa”, por baixo custo. Para o titular da
Delegacia de Periperi, Antônio Carlos Magalhães (ACM) Santos, esse era o
ramo de atividade de Israel Santos Silva, 24, preso sob suspeita de
tráfico de drogas.
Israel confessa que vendia crack
misturado com o anestésico lidocaína e também com comprimidos de
Dorflex, remédio bastante usado contra dores. “A lidocaína faz a pessoa
ficar anestesiada mais rápido. Eu misturava tudo para virar quase pó
(cocaína) de verdade”, relata Israel.
Até mesmo o delegado ficou surpreso com a
história de Israel. “Considero o caso sui generis (único, singular).
Não conhecia esse tipo de fabricação. O que me deixa ainda mais atônito é
que ainda existe mercado consumidor para este tipo de droga que ele
vendia”, argumenta ACM Santos.
Para o delegado, os consumidores sabem
que a droga de Israel não é cocaína original. “Todo consumidor conhece o
produto que compra. Quem compra feijão sabe o que é verdadeiro ou não. É
a mesma coisa”, diz ele.
Entenda o caso
O delegado ACM Santos acredita que os
usuários continuavam comprando droga nas mãos de Israel devido ao baixo
custo da mercadoria. Ele vendia uma pedrinha por cerca de R$ 10. O
suspeito foi flagrado com dez pedras. Israel foi detido na região do
Alto do Cruzeiro, bairro Periperi. Ele já tinha ficha na polícia: foi
detido em 2011 e 2012 também por tráfico. Ele havia deixado a carceragem
da Delegacia de Periperi no início do mês de dezembro de 2012.