Seis
pessoas foram presas e 1,5 tonelada de carne apreendida durante uma
operação conjunta do Ministério Público Estadual (MP), da Agência
Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) e da Polícia Civil nas
cidades de Feira de Santana, Santos Estevão e Ipecaetá. A ação aconteceu
na madrugada desta sexta-feira, 14, e tinha como objetivo evitar o
abate e venda irregular de carne.
"Fizemos
um levantamento intenso durante meses sobre os locais de abate e venda
desta carne clandestina, que abastecia principalmente o mercado de Feira
de Santana e Salvador e hoje (sexta) tivemos a sorte de flagrar o
crime", informou o fiscal agropecuário da Adab, Paulo Falcão.
A carne
foi apreendida em pontos de abate em Ipecaetá e na feira livre de Santo
Estevão. Foram presos Carlito Pereira Barbosa, Cláudio Gomes, Edvaldo
da Silva, Jorge de Jesus Santos, Norberto da Silva e José Fernando Alves
Passos. Todos autuados em flagrante por venda e armazenamento de carne
clandestina.
De
acordo com o delegado Gustavo Ameno, que comandou a equipe de policiais,
vários pontos de abate clandestino que funcionavam em fazendas foram
visitados. Alguns estavam fechados, mas outros em pleno funcionamento.
"Ao chegarmos no mercado de Santo Estevão flagramos a carne chegando
para entrega sem o mínimo de cuido exigido pela lei. Então, apreendemos
tudo", afirmou.
Os
acusados, que não quiseram falar com a reportagem, foram encaminhados
para o Complexo Policial Investigador Bandeira, em Feira de Santana,
onde foram autuados e logo depois encaminhados para o Conjunto Penal de
Feira. A carne apreendida foi encaminhada para o depósito da ADAB para
ser incinerada.
Os
comerciantes em Santo Estevão lamentaram as apreensões que resultou em
prejuízos em outros segmentos da feira-live. O movimento caiu assim que
as apreensões foram efetuadas. "Como podemos trabalhar em condições de
higiene, se a prefeitura começou uma reforma no galpão de carnes e até
hoje não entregou?", questiona um açogueiro. Desde que começou a
reforma, os magarefes foram colocados em toldos com balcões de madeira
no meio da rua do Centro de Abastecimento, sem as mínimas condições de
higiene, que aliado ao abate clandestino, piora ainda mais a situação da
comercialização de carnes em uma das maiores feiras-livres do estado da
Bahia.
Favela Comercial -
Sem o compromisso de autoridades municipais que prometeram fazer a
adequação do abate com a implantação de câmeras frigoríficas e com o
comércio hoje à céu aberto, o local se transformou em uma verdadeira
favela comercial, com constantes apreensões de carnes dado ao descaso. O
município voltou no tempo. A carne comercializada no meio da rua como
ocorria há 19 anos atrás.