por
Leidiane Brandão
Prisão no Porto da Barra
Carnaval fora de época regado a drogas, sexo, prostituição,
sujeira e até violência é o cenário das tardes de domingo do Porto da
Barra. Após deixar a praia, adolescentes, jovens e adultos se reúnem na
calçada e transformam a área em uma verdadeira festa de largo.
Ritmos como forró, arrocha, pagode, axé e sertanejo são disputados
entre os carros estacionados na região. Moradores reclamam da poluição
sonora e também afirmam que muitos frequentadores da área fazem uso de
drogas a qualquer hora do dia sem se preocupar nem mesmo com a presença
de policiais.
Na tarde deste domingo (15/10), a equipe da Tribuna esteve no local
flagrando um rapaz sendo preso por policiais militares depois de ter
assaltado um grupo de turistas.
Outro problema que ocorre por conta da farra e a desorganização dos
ambulantes é a quantidade de lixo espalhada por todos os lados. Apesar
de ter no local contêiner para descarte de material, garrafas de
refrigerantes, água, palito de churrasco e casco de coco ficam
espalhados por todos os lados, contribuindo ainda mais com a sujeira do
ambiente.
Moradora e proprietária do bar Oásis do Porto, Claudia Magalhães
Castro e Silva informou que a situação está insuportável. Segundo ela, a
farra começa às 14h30 e se estende até as 3 da manhã. Homens e mulheres
são vistos praticando sexo, usando drogas e urinando a qualquer hora do
dia e da noite na rua.
Ela relatou que quando os moradores reclamam, são ameaçados pelos
frequentadores, sendo que os farristas argumentam que a rua é pública.
“Somos obrigados a conviver com essa perdição.
Representantes da associação de moradores já realizaram várias
denúncias junto aos órgãos competentes e ninguém faz nada para amenizar a
situação. Um dos principais pontos turísticos da capital está
abandonado”, desabafou.
“Eles ligam o som dos carros no último volume e ficam disputando
entre eles qual é o melhor e a mulher que dança mais sensual. Não existe
respeito nem com os moradores nem com os visitantes. Sem contar que o
cheiro forte de drogas e de urina se espalha para todos os lados. Não
sabemos mais o que fazer”, disse uma moradora que preferiu o anonimato.
Muitos banhistas também se dizem assustados com a situação. “Apesar
de gostar da Praia do Porto, fico preocupado com as brigas e os assaltos
que ocorrem com frequência. È comum observar as pessoas usando drogas a
qualquer hora do dia. Deveria haver mais fiscalização”, disse o
enfermeiro Alessandro Santos, que reside em Feira de Santana.
Por conta de um evento que acontecia ontem na região, uma equipe da
Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Prevenção à Violência (Sesp)
esteve no local para tentar organizar o comércio formal e informal da
área. Apesar de encontrar irregularidades, por conta do período
eleitoral, os fiscais não puderam fazer nenhum tipo de apreensão, apenas
orientavam os ambulantes sobre as irregularidades