Quem
sente dores no estômago costuma correr para o médico, mas quem
enfrenta dificuldades sexuais raramente age com a mesma urgência em
busca de ajuda. Ao fazer a visita periódica ao ginecologista, boa parte
das mulheres esquece de comentar que a vagina não está se lubrificando
adequadamente na fase de excitação e que os orgasmos estão cada vez
mais raros. Da mesma forma, homens com dificuldade de ereção ou com
ejaculação precoce demoram muito para enfrentar o problema. “Grande
parte deles espera entre três e cinco anos para consultar um urologista,
tempo mais que suficiente para que um relacionamento acabe”, diz o
terapeuta sexual Celso Marzano, de São Paulo.
Ainda que o
conhecimento geral sobre sexo tenha aumentado nas últimas décadas –
especialmente entre os jovens, que passaram a ter acesso a um grande
volume de informações na escola, pela TV ou via internet –, o tema
continua sendo tabu para muita gente, uma herança de décadas de
repressão e preconceito. A dimensão real do erotismo humano foi tão
menosprezada ao longo da história que o sexo passou a ser tratado como
algo doentio, quando é exatamente o oposto: é uma fonte de prazer e de
saúde. Estudos científicos já identificaram vários benefícios para quem
pratica o sexo regularmente