O
pai Cláudio Amora, de 38 anos, e os dois filhos não se separam nem na
hora de praticar esportes. O trio participa regularmente das corridas de
ruas em Fortaleza e dá exemplo de união e superação. Amora é deficiente
físico e ensinou a paixão pela vida e pelo esporte para os filhos.
“Tenho muito orgulho dele”, afirma o filho mais velho, que quer seguir o
exemplo do pai.
Por
sempre acompanhar e admirar eventos esportivos, o cearense começou a
treinar triatlo em 2003, quando o primogênito Jhonata tinha apenas um
ano. “Tomei gosto pelo casamento da natação, ciclismo e corrida. E ficou
mais apertado porque tinha um filho para sustentar”. Atualmente,
Cláudio Amora é paraatleta profissional, ganha um salário para competir e
integra a equipe brasileira da modalidade.“Ser um pai com
deficiência física que é atleta é um exemplo que dou para eles”, conta o
chefe da família Amora. A dificuldade não é obstáculo para Cláudio
Amora. Pelo contrário, ele ensina aos filhos - Ana Júlia, 4 anos, e
Jhonata, 10 anos - a conviver com as diferenças. “Quando se tem um
exemplo em casa de superação é mais real”, diz. O cearense teve
paralisia infantil aos 2 anos e, desde os 10, pratica esportes.
Essa
oportunidade deu a Amora a chance de se tornar um bom atleta e,
principalmente, um “paizão” e esposo. “Posso cuidar dos dois filhos e
treinar com eles. Eu sou muito família”, diz. Casado há 12 anos com a
professora Daniely Aguiar Amora, ele toma conta da rotina dos dois
filhos enquanto a esposa trabalha durante todo o dia em uma creche.
Rotina
Às 5h da manhã, o pai prepara o café da manhã dos filhos e, em seguida, deixa as crianças na escola. Em casa, prepara o almoço, ajuda nas tarefas escolares e comanda o treino dos filhos nos esportes preferidos de cada um, mas lembra “a educação é em primeiro lugar”. Quando é preciso, também é ele quem participa das reuniões de pais na escola.
Por
enquanto, a pequena Ana Júlia escolheu pelo judô e o ballet. Jhonata já
leva o esporte a sério e pensa em se tornar um corredor de rua. Ele é
treinado três vezes por semana pelo pai que não poupa nos exercícios do
filho. “Ele exige muito quando é treinador. Como pai, é mais carinhoso”,
revela.
Quando
perguntado se prefere a rotina de atleta ou de pai, o paratleta que já
foi duas vezes vice-campeão da Corrida de São Silvestre e, no mês de
outubro, viaja para a Nova Zelândia, onde vai disputar o mundial em
paratriatlon, não titubeia: “Prefiro ser pai. Deus me deu essa
responsabilidade”.
A
ligação com os filhos é tão forte que, quando o pai viaja para as
competições em outros estados, os filhos adoecem. “Quando fui para o
(campeonato) brasileiro em João Pessoa. Fiquei uns quatro dias fora e a
Ana Júlia ficou doente”, lembra.
Mesmo
com a pouca idade dos filhos, Amora reconhece que aprende muito com
eles e que tem parceiros. “A gente se completa muito como pai e filho.
Quero que eles não esqueçam de superar todos os obstáculos da vida”.
Jonatha não pensa em deixar de correr ao lado do pai tão cedo. “Vou
ficar com ele até eu me aposentar”, disse o futuro atleta. Informações
por G1
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