quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Moradores de Saramanda voltam às ruas para pedir justiça





  • Thyara Araújo l Ag. A TARDE
    Manifesto em frente ao Detran deixou trânsito lento nas avenidas Paralela e Tancredo Neves
Ainda revoltados com o falecimento de A.O.S, 14, e de Rafael Muniz Barreto, 21 – mortos na última segunda-feira, 30, durante ação policial no bairro de  Saramandaia, em Salvador –, moradores do bairro retomaram às ruas na tarde de quarta, 1º, para protestar. “Esses meninos viviam jogando video game lá em casa. Não eram traficantes e nunca tocaram numa arma. Estou revoltado com tudo o que aconteceu!”, desabafou o comerciante Adailton da Silva, 28, morador do bairro.
Manifestantes que estavam no protesto reconheceram um dos policiais que participou da ação em Saramandaia e aos gritos de “assassino, assassino” colocaram para fora o sentimento de injustiça.
“Esse policial veio aqui hoje na cara dura. Fez o que fez e ainda assim deu às caras. Ele acha que lá no bairro só tem vagabundos e que todo mundo é traficante. Ele chegou lá desligando os holofotes do campo de futebol onde os meninos estavam e saiu atirando para todos os lugares, sem respeitar ninguém”, contou Jessé Cardoso, 33, tio de A.O.S.
Perda -  Segundo alguns dos presentes no protesto, depois de tanta repressão por parte dos manifestantes, o policial apontado por eles se retirou e ficou dentro da viatura.
Amigo da família de A.O.S há muitos anos, Rogério Souza, 20, disse que a dona de casa Jaciene Conceição, mãe do menor, está hospitalizada. “Ela está quase morta no Hospital Geral do Estado de tanto sofrimento que está passando com a perda do filho”, afirmou.
A manifestação foi realizada na Av. Antônio Carlos Magalhães, embaixo da passarela do Detran, mesmo local onde aconteceu o primeiro protesto. A pista foi só foi destravada por volta das 17h30, depois de quase uma hora de interdição, o que deixou o trânsito lento na Avenida Paralela, sentido Iguatemi, e na Avenida Tancredo Neves.
Presente na manifestação de quarta, o major Jailson Damasceno,  comandante da 1ª CIPM, informou que a ação policial  está sendo apurada. “Já iniciamos as investigações desse caso. Entramos em contato com os familiares das vítimas e eles vão conversar com o Comandante Geral amanhã,  às 10h,  para contar a versão deles sobre o ocorrido”, disse.