. .O verde é símbolo da esperança, mas o homem vem
distorcendo esse pensamento. Há quem diga que o verde é uma das portas
do inferno.
Referimo-nos ao verde da canabis, conhecida no
nosso país como maconha, que vem sendo considerada a “porta de entrada”
para o individuo mergulhar definitivamente no cinzento mundo das drogas
mais poderosas, como merla, crack, haxixe, etc.
Se foi usada pelos americanos como “soro da
verdade” na 2ª guerra mundial, se tem sido utilizada para fins
medicinais, de um outro lado, não podemos esquecer que ela tem sido
responsável pela destruição de milhares de famílias, além de alimentar o
crime organizado.
A ideia de que sua legalização traria arrecadações significativas no âmbito tributário, por si só não convence.
Basta verificarmos que o tabaco, apesar de
viabilizar nos E.U.A. uma arrecadação tributária de cerca de vinte e
cinco milhões de dólares ao ano, reclama do governo gastos em torno de duzentos milhões de dólares com o tratamento de doenças provenientes de seu consumo.
Não há arrecadação que pague a tristeza de uma mãe
que perde o seu filho para a droga. Ela destrói famílias e a própria
vida. O homem torna-se refém de traficantes. É incrível quantos usuários
morrem e são mortos por dia em decorrência do poder nefasto das drogas.
Estados Americanos já autorizam o uso da maconha
para fins medicinais através das farmácias. Acontece, porém, que dados
da polícia americana demonstram que o índice de criminalidade nos
arredores dessas farmácias cresceu significativamente. Inúmeras
farmácias são mantidas pelo tráfico de drogas mexicano.
Infelizmente, nos últimos vinte anos a produção da
maconha cresceu, em cerca de mil por cento. Nos anos 90, contávamos nos
dedos aquelas pessoas de faziam uso da maconha. Hoje, ao revés, contamos
nos dedos àqueles cidadãos que dela não fazem uso.
O alto índice da criminalidade, hoje, está
umbilicalmente ligado às drogas. Com rotas e autorias conhecidas, causam
espécie a acomodação, inércia e por que não dizer contemplação das
autoridades, que assistem a esse crescimento vertiginoso da atividade
criminosa relacionada ao tráfico de drogas, sem que adotem uma planejada
e efetiva ação contra esse inimigo.
É preciso capacitar e incrementar o contingente
policial, dotando-o de equipamentos eficazes e tecnologicamente mais
avançados em relação aos utilizados pelo exército do tráfico. São poucas
as clinicas para atender às vítimas das drogas, mesmo sendo uma questão
séria de saúde pública.
Vejo também alguém falando em combater drogas, quando na verdade, primeiro deveria assumir
que é usuário e se tratar. Quem usa maconha ou qualquer outra droga
contribui, decisivamente, para a expansão do crime organizado e para o
dilaceramento da própria sociedade.
Ou derrotamos esse inimigo, ou sucumbiremos.
Onaldo Queiroga – Pombalense – Juiz da 5ª Vara Cível