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A direção do PT começou a mostrar preocupação com a onda de
greves no governo federal e as consequências que deverão ter no
resultado das eleições municipais de outubro. O receio de que as
paralisações prejudiquem os candidatos do partido já foi levado à
presidente Dilma Rousseff pelo presidente da legenda, Rui Falcão,
segundo petistas.
Um dirigente do PT disse ao Estado
que o tema da greve está presente nas eleições, principalmente nas
grandes cidades, onde partidos como o PSTU e o PSOL têm quadros
dirigentes nos sindicatos e bases fortes. Estes partidos aproveitam as
greves para atacar o PT e dizer que, no governo, a legenda de Luiz
Inácio Lula da Silva comporta-se como as outras, recusando-se a negociar
com os dirigentes dos servidores públicos.
A preocupação
no PT cresceu um pouco mais depois que o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso declarou publicamente apoio à forma como a presidente Dilma
Rousseff tem enfrentado a onda de greves.
Ontem, o
ex-presidente disse que Dilma foi obrigada a endurecer com o servidores
em greve. "Não vejo como ela não pudesse enrijecer", avaliou. Em
palestra na capital paulista, FHC lembrou ainda que o governo enfrenta
dificuldades financeiras e que sua situação é distinta do período
governado por Lula. "A presidente Dilma está num momento de dificuldade
financeira e fiscal e muita pressão dos funcionários que se habituaram
no governo Lula, que tinha mais folga (orçamentária), a receber
aumentos."
Alguns dirigentes petistas viram na atitude de
FHC não um ato de solidariedade à presidente, mas uma forma de
provocação ao partido. Em toda sua existência, o PT procurou apoio no
funcionalismo público. Tanto é que os maiores sindicatos de funcionários
públicos e a Confederação Nacional dos Servidores Federais (Condsef)
são ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), o braço sindical
petista. "Embora a eleição seja municipal e os debates digam respeito aos problemas das cidades, não há como negar que haverá reflexos no resultado da eleição", avalia o deputado Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), ex-presidente da CUT. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo