quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A chegada de animais exóticos ou silvestres a Salvador parece não ter limites






. Depois de pinguins, lobo-marinho, jiboias e muitas aves, a novidade é uma iguana que apareceu ontem na Pituba e foi resgatada por uma equipe de técnicos do Ibama.

Segundo a veterinária e analista ambiental Fernanda de Azevedo Libório, do Ibama, os animais silvestres precisam de espaço físico para viver e se alimentar e estão perdendo os espaços pelo avanço das cidades.

As matas estão acabando. O tráfico de animais silvestres é outro problema que aumenta a população de animais fora do seu habitat e os exóticos, que vêm de fora perderam o rumo por conta das mudanças climáticas.

Este é o quadro, diz a especialista, e “o nosso papel aqui é resolver o problema que outro ser humano causou”.


Aqui no Centro de Triagem e Recuperação temos abrigados em torno de mil animais. Só macacos-pregos são 37 que foram resgatados, jabutis são cerca de 400. Temos ainda uma grande número de periquitos, papagaios, falcões e outras aves como 50 pardelas, que chegaram esta semana.

Essas aves marinha são migratórias e saem da África em direção à Patagônia, não param aqui, passam direto mas, terminou parando. Ainda não sabemos o motivo. Recolhemos material para saber o que ocasionou a vinda delas, se estão doentes e que doenças podem transmitir.
Animais em cativeiro – O Ibama abriga esses animais resgatados em um Centro de Triagem e Tratamento em uma área de 30 hectares de mata  e em hum mil e 100 metros quadrados de área construídas, onde estão os abrigos de reeducação, tratamento, berçário etc.

Os animais silvestres que foram resgatados de cativeiro precisam ser reeducados para poder voltar aos seu habitat. Precisam reaprender a voar, a procurar comida e a se defender dos predadores.

O tráfico é terrível. Temos aqui três filhotes de jaguatirica resgatados de cativeiro com as presas cerradas. “Foram tão maltratadas que elas têm medo dos humanos. Não sabem se alimentar e as três vivem agarradas, juntas. Isto é terrível”, diz a veterinária.
Outro caso são as três corujas, que já estão na fase de aprender a voar. Elas também foram resgatadas do tráfico de animas. Chegaram bebês, sem penugem. Graças ao tratamento dispensado, já estão aprendendo a voar e breve voltarão ao ambiente natural. Este trabalho de recuperação, conta a especialista, sempre é feito através de parcerias com  o IMA, o Zoológico e a UFBa.

Estamos desenvolvendo um projeto com a Universidade Federal da Bahia de reintrodução, na mata, dos periquitos e papagaios, resgatados de cativeiro humano. Nesta primeira fase do projeto, estamos contemplando os periquitos. Se tudo der certo, passamos à segunda fase com os papagaios.  Não basta treinar e soltar. Precisamos acompanhá-los para ver se o treinamento deu certo.
Recentemente, contou a especialista, soltamos na região do município de Queimadas vários pássaros, também resgatados de cativeiro, todos identificados com anéis nas pernas.

E a resposta foi excelente. Se adaptaram muito bem na natureza. A nota triste em tudo isso é que temos também aqui animais que foram resgatados de cativeiro, maltratados e mutilados, sem nenhuma condição de voltar a viver na natureza.