O estilo de vida de um adolescente pode
determinar um maior risco de doenças cardiovasculares na vida adulta.
Uma pesquisa australiana concluiu que fazer uso de pílulas
anticoncepcionais, consumir bebida alcoólica, ingerir muito sal e ter um
elevado índice de massa corporal na juventude são os principais
causadores de hipertensão entre indivíduos mais velhos. O estudo foi
publicado nesta quarta-feira no periódico European Journal of Preventive
Cardiology.
Uma equipe da Universidade da Austrália Ocidental acompanhou 1.771 pessoas desde o nascimento até os 17 anos de idade. Ao longo desse período e por diversas vezes, os participantes foram questionados sobre prática de atividade física, consumo de álcool, tabagismo, uso de medicamentos — inclusive de contraceptivos orais — e hábitos alimentares. A pressão arterial, o peso e a altura desses indivíduos também foram calculados. Ao final da pesquisa, 24% dos participantes eram hipertensos ou pré-hipertensos e 34% tinham sobrepeso.
Entre o sexo masculino, uma maior pressão arterial aos 17 anos foi
associada principalmente a um maior IMC, à alta ingestão de sal e ao
consumo de álcool quando mais jovens. Além disso, aqueles que praticavam
atividade física regularmente foram os que apresentaram os melhores
resultados de pressão arterial. Já em relação ao sexo feminino, pílulas
anticoncepcionais tomadas na adolescência, além de também um aumento do
IMC nessa fase, foram os principais responsáveis pelo aumento da pressão
arterial na vida adulta.
De acordo com os pesquisadores, a maior pressão arterial provocada
por tais hábitos afetou especialmente o risco de doença isquêmica do
coração e de acidente vascular cerebral (AVC) desses indivíduos.
“Os adolescentes precisam estar cientes de que o estilo de vida adotado
na juventude, especialmente em relação à alimentação, ao alcoolismo e ao
sedentarismo, podem ter consequências adversas na vida adulta, já que
seus efeitos são cumulativos. Os profissionais de saúde devem alertar
essas consequências aos jovens e monitorar regularmente a pressão
arterial deles”, diz Chi Le-Há, pesquisador que coordenou o trabalho