Ao menos 18 suspeitos de envolvimento com uma rede de pornografia infantil foram presos na manhã desta quinta-feira em uma operação da Polícia Federal realizada em 11 Estados e no Distrito Federal.
Segundo a investigação, eles integram um grupo que compartilhava o material na internet e que tinha ligações com usuários da rede em outros 34 países. A Polícia Federal afirmou que já comunicou através da Interpol os países com integrantes envolvidos.
Ao todo, 50 mandados de busca e apreensão e 15 de prisão foram expedidos para a operação, batizada de "DirtyNet". Os presos são de MG, RS, SP, RJ, ES, PR e PE.
A investigação começou no Rio Grande do Sul no fim de 2011, após a prisão em Porto Alegre de um suspeito de envolvimento em trocas de pornografia infantil.
O Ministério Público Federal e a Polícia Federal então conseguiram na Justiça mandados para aprofundar a apuração sobre outras pessoas com quem ele tinham ligação.
Policiais federais monitoraram redes privada de compartilhamento de arquivos por seis meses e descobriram a troca de material pornográfico.
Os policiais afirmam que os suspeitos trocavam "milhares de arquivos" com cenas de adolescentes, crianças e até bebês em situações de abuso. O material aprendido passará por perícia para identificar tanto o autor das imagens como as vítimas.
Além da troca de arquivos, foram identificados relatos de outros crimes praticados contra crianças, como estupro cometido contra os próprios filhos, sequestros, assassinatos e atos de canibalismo. Esses casos ainda serão investigados, segundo a PF.
Os policiais dizem que há pelo menos um caso de imagens produzidas por um dos usuários.
Para a delegada Diana Calazans, da PF gaúcha, o fato de a comunidade virtual ser fechada aumentou a sensação de impunidade. "Como o tráfego de dados dessa rede era criptografado, essas pessoas tinham uma sensação maior de estarem anônimas e seguras. E isso estimula que procurem formas mais agressivas de pornografia", disse.
A investigação detectou cerca de 160 membros, a maior parte do exterior. Segundo a PF, os investigadores repassaram informações a autoridades estrangeiras e houve uma ação policial também no Reino Unido e uma prisão na Bósnia-Herzegovina (leste europeu).
FORTALEZA
A Polícia Federal em Fortaleza disse que na manhã desta quinta-feira (28) três pessoas foram presas, duas em flagrante e uma com um mandado de prisão temporária. Também foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão.
A PF não divulgou o nome dos suspeitos detidos, mas a produção do radialista Rodrigo Vieira Emerenciano, o Mução, confirmou que ele estava em Fortaleza e foi levado pelos policiais para a superintendência da PF.