Pacientes sofrem com acesso ruim a grandes hospitais
Localizadas equivocadamente no meio de ladeiras íngremes, exigindo
esforço de pessoas com a saúde debilitada, muitas delas idosas, as
unidades de saúde estão distantes de pontos de ônibus. “Olha só como
estou cansada. É horrível ter de andar tanto, descer e subir ladeira
para pegar o transporte”, lamentava Valtermira, no último dia 30, após
deixar o Hospital Ana Nery, onde realizou uma radiografia do crânio.
“Ando esquecendo as coisas”, explicou, retomando o fôlego.
Algumas horas antes, Valdelice andava vagarosamente, de muletas, pela
Rua Padre Feijó. Acabara de sair do Ambulatório Magalhães Neto, no
Hupes, onde fez um exame de sangue e tentou, sem sucesso, realizar um
ultrassom – suspenso na unidade. “Sinto dificuldade de locomoção. Tive
uma doença que os médicos disseram ser uma variação do lúpus (moléstia
rara provocada por desequilíbrio do sistema imunológico)”, contou.
“Agora, vou ter de subir a ladeira para pegar o ônibus lá em cima (em
frente à Reitoria da Universidade Federal da Bahia)”, reclamou.