segunda-feira, 4 de junho de 2012

Nova proposta do governo não agrada professores, que devem manter greve


"Governo dá com uma mão e tira com outra", diz secretário da APLB após reunião




Depois de reunião com representantes do governo na sede do Ministério Público da Bahia na noite desta segunda-feira (4), os professores da rede estadual devem manter a greve, segundo informações de Claudemir Nonato, segundo secretário do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB). A nova proposta apresentada pelo governo não foi bem recebida pelos representantes da categoria, que se reúne em assembleia na manhã da terça-feira para discutir o caso.
"A assembleia deve manter a greve. O governo dá com uma mão e tira com outra", reclama Claudemir. Segundo o professor, a nova proposta apresentada pelo governo na reunião revoga o Projeto de Lei 12.364, que assegura o cumprimento do piso salarial e trata de reajustes reais nos salários dos professores - está previsto reajuste de 6% em 2013 e de 4% em 2014. "A proposta quer retirar esse percentual já concedido. O governo quer retirar direitos já consolidados", diz o segundo secretário. Na proposta apresentada, esses reajustes seriam antecipados.
Outro ponto de reclamação para os professores é a suspensão por dois anos das promoções de carreira - que cada professor pode receber de 3 em 3 anos. "Além de não contemplar os aposentados, o que a gente até podia entender, o governo deixaria as promoções congeladas por 2 anos", explica Claudemir.
Além de representantes do sindicato e da APLB, a reunião contou com a presença do secretário de administração do estado, Manoel Vitório.
Proposta
O governador Jaques Wagner falou nesta manhã sobre a nova oferta para tentar encerrar a greve. "Nós fizemos uma oferta para que esse reajuste fosse de 4%, em novembro de 2012, e 3%, em abril de 2013, na forma de progressão na carreira, o que representa um aumento entre 22% e 26% até 2013, incluíndo os 6,5% e 11,5% que já foram dados. Eu estou recolocando essa proposta", afirmou.
O aumento de 22% pedido pelos professores e que teria sido acertado em um acordo com representantes da Secretaria de Educação extrapolaria o orçamento. "Esse ano é impossível, pois teria um impacto que não estava previsto no orçamento porque eu tenho uma Lei de Responsabilidade Fiscal para cumprir. Eu quero saber onde está intransigência, do lado de lá ou de cá", criticou o governador.
Os professores se reúnem às 9h da manhã desta terça na Secretaria da Educação para discutir a nova proposta e os rumos da greve, que já dura 55 dias e afeta mais de 1 milhão de estudantes da rede estadual.