Indispensável nas festas juninas, nesta época do ano os licores
são vendidos em cada esquina na cidade e mesmo em grandes redes de
supermercados são oferecidos como oriundos de fabrico caseiro, o que nem
sempre pode ser comprovado porque nos rótulos faltam informações sobre o
nome do fabricante e os contatos telefônicos para o caso de
reclamações. E, mais grave, também não constam nas garrafas dados sobre a
procedência da cachaça utilizada, nem seu teor alcoólico. Em Salvador é
comum avistar cartazes oferecendo o legítimo licor de Cachoeira, sem
que se saiba ao certo se o produto foi fabridado por de produtores
daquele município ou se sofreu alguma alteração. Para evitar problemas
de saúde, os consumidores têm como alternativa recorrer a fabricantes
tradicionais, que, além de fornecer seus contatos telefônicos, trabalham
há décadas neste ramo.

Paulo Lé orienta os consumidores a ficarem atentos à qualidade dos
produtos que estão comprando, porque muita gente que não tem a menor
experiência compra produtos em quantidade e vende sem qualquer cuidado
com a origem e a conservação. Ele diz que para evitar comprar uma bebida
que contenha água para render mais dinheiro a negociantes
inescrupulosos, o comprador deve balançar a garrafa e verificar se as
bolhas levam um longo tempo para se dissolver. Ele também alerta que
licores de algumas frutas como cajá e coco mudam o sabor se não forem
consumidos em pouco tempo, o que não ocorre com jenipapo, ameixa e
passas que, por terem sua calda fervida duram muitos anos.