Em greve há 48 dias, os professores da rede estadual de ensino da Bahia realizaram diversas mobilizações em Salvador, nesta segunda-feira (28), para protestar contra a falta de acordo com o governo.
De acordo com o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em
Educação da Bahia (APLB), Rui Oliveira, alguns professores fizeram
reuniões com pais de alunos no Colégio Luís Viana, localizado no bairro
de Brotas.
"Eles (os pais) estão participando, sim, das nossas mobilizações. Não
querem que os filhos sejam prejudicados", relatou o coordenador. Parte
dos docentes, que ministram aulas em colégios localizados entre o Rio
Vermelho e Boca do Rio, também participaram da mobilização. Eles
realizaram um bazar na Praça da Piedade.
Além dos professores, um grupo de estudantes também fez uma
manifestação em frente à Secretaria de Educação, localizada no Centro
Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, nesta manhã. De acordo com o
grupo, a mobilização acontece por causa do impasse entre o governo e os
professores da rede estadual de ensino.
Os jovens, após protesto no CAB, saíram pela Avenida Paralela, em
direção ao Iguatemi. No Facebook, mais de 600 jovens confirmaram a
participação em uma lista de eventos. Os alunos pediram a volta das
aulas e querem que o governo pague a todos os docentes o reajuste
salarial de 22,22%, previsto em acordo assinado em novembro do ano
passado.
No subúrbio ferroviário da capital baiana, pais, professores e alunos
fizeram passeata em Periperi. A manifestação tevecartazes, carros de
som e apitaço. Durante o movimento, os participantes disseram estar
indignados com a situação da educação na Bahia.
Em Feira de Santana e Itabuna, mais ações. Os docentes bloquearam a BR 101 e as principais avenidas da cidade.
Os docentes realizam uma assembleia geral, nesta terça-feira (29), às
9h, na Assembleia Legislativa, no Centro Administrativo da Bahia (CAB).
Prazo - Pelo menos 50 pais de alunos do Colégio
Estadual Rafael Serravale, na Pituba, se reuniram, na última terça-feira
(22), em assembleia na própria instituição, para discutir o impasse. Eles deram um prazo até 30 de maio para um acordo entre o governo e os docentes.
Os pais temem que o ano letivo seja prejudicado pela greve e que os
filhos, em ano de vestibular, não consigam vagas nas universidades
públicas. Caso o governo e os professores não fechem um acordo, os pais
ameaçam ocupar a Governadoria, localizada no CAB. O grupo decidiu
procurar o Ministério Público Estadual (MP-BA) para cobrar uma medida
emergencial para finalizar o movimento.
Entenda o caso -
Os professores alegam que o governo do estado não cumpriu o acordo
firmado com a categoria, de conceder reajuste de 22,22% no salário da
classe, e decidiram parar as atividades nos colégios estaduais, no
último dia 11 de abril. O reajuste visa equiparar o salário dos docentes
baianos ao piso nacional do magistério, determinado pelo Ministério da
Educação (MEC).