Franco Adailton
Dez dias após o início da greve dos professores – dois deles
marcados pela ocupação de dezenas de educadores na Assembleia
Legislativa (CAB) – o governo e a categoria não chegaram a um
entendimento, nesta sexta, 20, sobre o imbróglio salarial que afeta o
calendário de cerca de 1,5 milhão de estudantes no Estado.
Mesmo a Justiça tendo decretado a greve ilegal, o impasse promete se
arrastar até a próxima semana, quando os deputados irão votar o Projeto
de Lei 19.779/12, que converte a remuneração do professor com nível
médio em subsídio de parcela única, “vedado o acréscimo de qualquer
gratificação”.
Os professores também recusam a oferta de equiparação dos proventos
ao piso nacional, proposta em 22,22%, somente para os que possuem grau
secundarista, o que deixaria de fora cerca de 32 mil docentes graduados
na licenciatura, especialização, mestrado e doutorado, segundo a
APLB-Sindicato.
Piso - Para o titular da Secretaria de Educação do
Estado (SEC-BA), Osvaldo Barreto, nos moldes atuais, não haveria perda
salarial para os professores em nenhum nível. “Nosso piso, de R$ 1.586,
já é acima do nacional. Há o reajuste anual, em torno da inflação, além
da avaliação por mérito. Para 2013 e 2014, a Lei 12.364 garante 3% e
4%”, enumerou.
A vice-coordenadora da APLB, Marilene Betros, pede à Justiça que
aprecie o agravo de instrumento para impedir o corte de ponto dos
professores. “Vamos continuar a greve. Não podemos abrir mão de
conquistas históricas”, disse, relutante.