Um estudo de prevenção
cardiovascular que retirou 280 mil amostras de DNA, sangue, soro e urina
de quase 6 mil trabalhadores espanhóis constatou que 70% dos fumantes
apresentam alterações nas artérias.
A pesquisa, denominada "Aragón Workers' Health Study", é realizada há
três anos entre o Instituto Aragonés de Ciências da Saúde (IACS) e o
Centro Nacional de Pesquisas Cardiovasculares (CNIC), e tem como
objetivo conhecer, desde seu início, a evolução das doenças
cardiovasculares, explicou nesta sexta-feira seu coordenador, José
Antonio Casasnovas.
O pesquisador disse em entrevista coletiva que o estudo, o maior da
Europa e que utiliza técnicas muito inovadoras, revela que aos 40 anos
já começam a ser vistas alterações nas artérias, por isso que a
arterioresclerose é "mais precoce" do que se pensava. No entanto, não se
sabe se essas alterações são naturais, fisiológicas ou condicionarão
uma doença, e isso deve ser analisado agora, acrescentou.
Dos participantes do estudo (trabalhadores da General Motors em
Figueruelas, Zaragoza), 30% têm hipertensão, 25% obesidade e 3,5%
diabetes, disse Montserrat León, do IACS e coordenadora clínica do
projeto. Segundo León, das 500 mulheres estudadas nesse grupo 45% eram
fumantes e entre os homens, 37%. A pesquisadora se referiu ao tabagismo
como o principal responsável pelas doenças cardiovasculares.