Davi Lemos
Gildo Lima/Agência A TARDE
Raimundo Félix está nas Obras Irmã Dulce desde 1980
Com 140 leitos para pacientes em situação de risco de saúde e social, eles estão com 18 que não possuem referência familiar ou foram abandonados. Raimundo Félix, por exemplo, mora há 30 anos numa outra unidade da instituição – o Centro de Reabilitação e Prevenção de Deficiências (CRPD).
Não há dados gerais sobre a situação em Salvador e a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que precisaria de pelo menos uma semana para fazer levantamento em todas as suas 46 unidades hospitalares.
A coordenadora do Serviço Social do Hospital Roberto Santos, Nazarela Guimarães, afirma que a maior parte dos pacientes nestas condições perdeu os laços familiares antes mesmo da doença e que são poucos os casos de familiares que os levam e depois abandonam. “Se percebemos possibilidade de abandono, pegamos com os acompanhantes os contatos e endereço. Se levam muito tempo sem visitar um paciente, logo entramos em contato”.
O pior, entretanto, ocorre com moradores de rua, que são levados, geralmente, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ou por populares. “Chegam sem documentos. Em alguns casos, nunca tiraram documentos, e não temos referência de onde vieram”, diz Nazarela.