Prisco acusa Rede Globo de editar a gravação, quer direito de resposta[/LINK] Lider grevista quer direito de resposta Após aparecer em gravações telefônicas divulgadas pelo Jornal Nacional combinando ações de vandalismo durante a greve da Polícia Militar na Bahia, o advogado David Salomão, 29 anos, líder da paralisação em Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador, afirmou nesta quinta-feira que pediu direito de resposta à Rede Globo. O pedido seria condição para ele não entrar com um processo por danos morais contra a emissora. Na gravação, Salomão é o homem que conversa com um dos líderes do movimento grevista em Salvador, Marco Prisco, sobre a possível queima de viaturas e o bloqueio de uma rodovia. "Eu vou queimar viatura... Eu vou queimar duas carretas agora na Rio-Bahia que não vai dar tempo...", afirmou Salomão, ao que Prisco ordenou: "Fecha a BR aí meu irmão. Fecha a BR." Assim como Prisco, Salomão nega a combinação de atos de vandalismo. Ele alegou que a culpa é da emissora, que teria editado o áudio. "Eles editaram a conversa, apesar de que a gente já sabia que estava sendo monitorado. Como a própria sociedade pode ver, não houve bloqueio da Rio-Bahia, nem incêndios. Nossa conversa serviu para acalmar os ânimos, já que havia ameaça de invasão ao prédio da Assembleia Legislativa", disse ele. Na manhã de hoje, Salomão impediu a saída da tropa da 77ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM). Em frente ao prédio da unidade, onde policiais fardados recebiam instruções do comandante, major Múcio Vasconcelos, ele pediu o apoio dos policiais e chegou a insinuar que faria denúncias caso a tropa saísse. O efetivo total da PM em Conquista é de, aproximadamente, 700 policiais, incluindo oficiais e comandantes das três companhias. [B]A greve[/B] A greve dos policiais militares da Bahia teve início na noite de 31 de janeiro, quando os grevistas acamparam em frente à Assembleia Legislativa em Salvador e posteriormente ocuparam o prédio. Cerca de 10 mil PMs, de um contingente de 32 mil homens, aderiram ao movimento. A paralisação provocou uma onda de violência na capital e região metropolitana, dobrando o número de homicídios em comparação ao mesmo período do ano passado. Além de provocar o cancelamento de shows e eventos, a ausência de policiamento nas ruas também motivou saques e arrombamentos. Centenas de carros foram roubados e dezenas de lojas destruídas. A paralisação busca reivindicar a criação de um plano de carreira para a categoria, além do pagamento da Unidade Real de Valor (URV), adicionais de periculosidade e insalubridade, gratificação de atividade policial incorporada ao soldo, anistia, revisão do valor do auxílio-alimentação e melhores condições de trabalho, entre outros pontos. O Executivo estadual solicitou o apoio do governo federal para reforçar a segurança. Cerca de 3 mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança foram enviados a Salvador. Dois dias após a paralisação, a Justiça baiana concedeu uma liminar decretando a ilegalidade da greve e determinando que a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra) suspenda o movimento. Doze mandados de prisão contra líderes grevistas foram expedidos, sendo que destes quatro foram cumpridos. Em 9 de fevereiro, Marco Prisco, um dos líderes do movimento grevista, foi preso após a desocupação do prédio da Assembleia. A decisão ocorreu um dia depois da divulgação de gravações telefônicas que mostravam chefes dos PMs planejando ações de vandalismo na capital baiana. Um dos trechos mostrava Prisco ordenando a um homem que ele bloqueasse uma rodovia federal. [I]Fonte: Terra/ Radar Noticia[/I]