Um dia após o terremoto seguido de tsunami que devastou a costa leste do Japão, e em meio a uma sucessão de fortes réplicas do tremor, o governo lançou uma megaoperação de resgate e ajuda humanitária nas áreas mais afetadas, onde o número de mortos já passa de 430 e os desaparecidos chegam a 748, de acordo com a polícia local. Estima-se que as vítimas da tragédia podem chegar a 1.200. A catástrofe deixou ainda cerca de 948 feridos, segundo a agência de notícias Kyodo News.
Todos os recursos disponíveis do Exército do Japão se mobilizaram para auxiliar nos trabalhos de resgate, especialmente nas províncias de Miyagi, Iwate e Fukushima, as mais atingidas. No entanto, as equipes de resgate têm dificuldade de chegar às zonas mais afetadas, onde o alerta de tsunami ainda está em vigor.
O premier Naoto Kan participou de reuniões de emergência na manhã deste sábado (horário local) e seguiu para as áreas do desastre - incluindo duas usinhas nucleares que estão em estado de alerta por risco de vazamento de material radioativo.
"Nosso governo fará todos os esforços possíveis para assegurar a integridade e segurança das pessoas e também minimizar os estragos causados pelo terremoto", disse o premier à imprensa.
O alcance exato dos danos ainda é desconhecido. Balanços iniciais indicam que mais de 5 milhões de casas estão sem energia elétrica e ao menos 1.800 foram destruídas somente na região de Fukushima. Estima-se que 90% das casas na costa japonesa foram destruídas. Quatro trens na área costeira entre as regiões de Miyagi e Iwate permaneciam desaparecidos, informaram as ferrovias japonesas. Não se sabe quantos passageiros estavam nos vagões.
Japão em estado de emergência nuclear - Além das mortes e estragos, o tremor de magnitude 8,9 seguido de tsunami causou ainda um vazamento de material radioativo na usina de Fukushima Daiichi Nº1, que obrigou o governo a declarar estado de emergência e ordenar a retirada de ao menos 45 mil moradores num raio de 10 km em torno do complexo nuclear. Kan declarou ainda estado de emergência em outra usina, Fukushima Nº 2, e ordenou a retirada de moradores num raio de 3 Km da instalação.
Segundo o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, o vazamento foi de "quantidades mínimas de radiação", que não representam risco para a saúde. Mas autoridades nucleares do país ouvidas pela agência de notícias Jiji afirmaram que há alta possibilidade de uma fusão do núcleo do reator número 1 da usina Daiichi, em Fukushima.
No total, cinco reatores nas duas usinas já foram desligados e permanecem em situação emergencial. As duas usinas ficam a cerca de 250 km ao norte de Tóquio.
Este é o maior tremor já registrado na história do país, que mantém dados sobre sismos há 140 anos.
De acordo com o embaixador do Brasil no Japão, Marcos Galvão, não há registro de brasileiros mortos ou feridos na tragédia. Segundo ele, há 254 mil brasileiros no país, a maioria em Tóquio.
Da Agência O Globo