Santo Estêvão é o primeiro mártir do Cristianismo, sendo considerado santo por algumas das denominações cristãs (católica, ortodoxa e a anglicana). É celebrado em 26 de Dezembro no Ocidente e em 27 de Dezembro no Oriente por tais denominações.
Segundo os Actos dos Apóstolos, Estêvão foi um dos sete primeiros diáconos da igreja nascente, logo após a morte e ressureição de Jesus, pregando os ensinamentos de Cristo e convertendo tanto judeus como gentios. Segundo Étienne Trocmé, Estevão pertencia a um grupo de cristãos que pregavam uma mensagem mais radical, um grupo que ficou conhecido como os helenistas, já que os seus membros tinham nomes gregos e eram educados na cultura grega e que separou do grupo dos doze apóstolos. Também eram conhecidos como o grupo dos 7. Foi detido pelas autoridades judaicas, levado diante do Sinédrio (a suprema assembleia de Jerusalém), onde foi condenado por blasfémia, sendo sentenciado a ser apedrejado (Act, 8). Entre os presentes na execução, estaria Paulo de Tarso, o futuro São Paulo, ainda durante os seus dias de perseguidor de cristãos.
O seu nome vem do grego Στέφανος (Stephanós), o qual se traduz para aramaico como Kelil, significando coroa - e Santo Estêvão é, de resto, representado com a coroa de martírio da cristandade, recordando assim o facto de se tratar do primeiro cristão a morrer pela sua fé - o protomártir.
Durante os primeiros século do cristianismo, o túmulo de Estêvão achou-se perdido, até que em 415 (talvez pela crescente pressão dos peregrinos que se deslocavam à Terra Santa), um certo padre, de nome Luciano, terá dito ter tido uma revelação onírica de onde se encontrava a tumba do mártir, algures na povoação de Caphar Gamala, a alguns quilómetros a Norte de Jerusalém.
Gregório de Tours afirmou mais tarde que foi por intercessão de Santo Estêvão, que um oratório a ele dedicado, na cidade de Metz, onde se guardavam relíquias do santo, foi o único local da cidade que escapou ao incêndio que os Hunos lhe deitaram, no dia de Páscoa de 451.
O culto de Santo Estêvão encontra-se associado à festa dos rapazes nas aldeias de Trás-os-Montes, integradas no ciclo de festividades do Solstício do Inverno, no período que decorre do dia 24 de Dezembro ao dia 6 de Janeiro, e que no passado pagão terão sido dedicadas ao culto do Sol, num ritual em que intervêm os caretos, as máscaras tradicionais do extremo nordeste de Portugal .