quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Cinema para deficientes visuais

O Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro lança no sábado uma programação especial de cinema para deficientes visuais, que ocorrerá uma vez por mês, com o sistema audiodescrito. Assim, os deficientes visuais não apenas irão escutar, como também entenderão o ambiente e a forma como o filme está decorrendo. O local já tinha um programa de Cinema Nacional Legendado para deficientes auditivos e, com essa ação, amplia o acesso aos cegos.
A iniciativa é da Associação de Reabilitação e Pesquisa Fonoaudiológica (Arpef) e contou com investimento de R$ 30 mil, advindo de recursos da lei de incentivo fiscal da cultura, a Lei Rouanet. O sistema contempla um mecanismo onde um narrador descreve o ambiente, mostrando a forma como os personagens dialogam, se movem e até como estão vestidos. Sessões especiais já haviam sido exibidas antes, mas até então os narradores faziam a descrição ao vivo. Agora, por meio de um software, foi possibilitado que a narração seja gravada e utilizada quantas vezes for necessário.
Helena Dale, que trabalha na Arpef e é idealizadora da mostra de cinema para cegos e surdos, aponta que este é um avanço e conta que ele foi projetado em cima de moldes similares visto por ela nos Estados Unidos há cerca de dois anos. "Desenvolvemos um software que permita a gente pré-produzir o filme. No momento que o filme é exibido a narração já está pronta", diz. Segundo Dale, a sala do CCBB tem 120 lugares, sendo 40 deles com fones equipados para os deficientes visuais. Para a estréia foi selecionado o filme do cineasta Beto Brant, "O Invasor". A sessão ocorrerá as 17 horas.