- O presidente da República, Michel Temer,
acompanhou com preocupação o noticiário sobre os protestos na Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Segundo
um de seus assessores, a situação do estado aflige Temer porque, para o
presidente, os protestos de servidores no estado se tornaram
“crônicos”. Já o tumulto ocorrido ontem na Câmara dos Deputados, em
Brasília, foi classificado pelo Palácio do Planalto como “um incidente
isolado”.
— A situação mais preocupante, sem dúvida, é a do Rio de Janeiro, que
tem um movimento já consistente, crônico, de servidores contra as
reformas propostas pelo governo do estado. Aqui, em Brasília, foi uma
coisa pontual, um incidente isolado — disse um interlocutor do
presidente.
Apesar de, na avaliação da equipe de Temer, ainda ser cedo para a avaliação de um eventual desdobramento da invasão à Câmara, o serviço de inteligência da presidência fez uma pesquisa sobre os participantes do ato. A análise indicou que o protesto foi realizado por um grupo
restrito, com posições políticas de direita.
Para um assessor do presidente, o que ocorreu ontem em Brasília não
deverá atrapalhar as reformas econômicas do governo federal.
— O que vimos em Brasília não foi um movimento das ruas. Na Câmara, teve
gente que veio de Pernambuco. Quem trouxe essas pessoas? Ainda não
sabemos. É cedo — afirmou um funcionário do Palácio do Planalto que
trabalha diretamente para Temer.
O mesmo assessor disse que o presidente não se inquietou perante a
reivindicação, feita pelos invasores da Câmara, de uma intervenção das
Forças Armadas no Congresso. Ele frisou que os militares estão
valorizados no governo Temer e que a manifestação não tem base nos
quartéis.
PEZÃO PEDIU APOIO DA FORÇA
NACIONAL
A preocupação de Temer com o Rio aumentou após o governador Luiz
Fernando Pezão pedir, anteontem, a presença da Força Nacional no estado
para ajudar a PM a manter a ordem no entorno da Alerj, no Centro, e do
Palácio Guanabara, em Laranjeiras. O presidente autorizou a mobilização
de uma tropa de 500 homens, que já chegou ao Rio.
Pezão fez o pedido ao ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de
Moraes, e, no documento em que justificou a solicitação de envio da
Força Nacional, alegou “insuficiência de meios e esgotamento dos instrumentos destinados à preservação da ordem pública, da incolumidade das pessoas e do patrimônio”.
Segundo uma autoridade que pediu para não ser identificada, “a situação no Estado do Rio é grave, e Pezão está preocupado com a segurança de todos, inclusive a dele”.
Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/governo-federal-teme-que-protestos-se-espalhem-pelo-pais-20477671