sexta-feira, 22 de junho de 2012

Licor, muito cuidado...é coisa boa


Indispensável nas festas juninas, nesta época do ano os licores são vendidos em cada esquina na cidade e mesmo em grandes redes de supermercados são oferecidos como oriundos de fabrico caseiro, o que nem sempre pode ser comprovado porque nos rótulos faltam informações sobre o nome do fabricante e os contatos telefônicos para o caso de reclamações. E, mais grave, também não constam nas garrafas dados sobre a procedência da cachaça utilizada, nem seu teor alcoólico. Em Salvador é comum avistar cartazes oferecendo o legítimo licor de Cachoeira, sem que se saiba ao certo se o produto foi fabridado por de produtores daquele município ou se sofreu alguma alteração. Para evitar problemas de saúde, os consumidores têm como alternativa recorrer a fabricantes tradicionais, que, além de fornecer seus contatos telefônicos, trabalham há décadas neste ramo.
Este é o caso de Paulo Sérgio Vieira, mais conhecido como Paulo Lé, que trabalha nesta área há cerca de 35 anos, desde o tempo em que ajudava os pais nas vendas do produto na antiga Feira da Fonte Nova, nas proximidades do Dique do Tororó. "Meu pai Antonio Vieira e minha mãe, Raimunda do Feijão, produziam o licor e vendiam antes de eu nascer. Um dia, meu pai ficou doente, fui ajudar minha mãe e nunca mais parei", explica Paulo Lé, que tem atualmente uma banca no fim de linha do Nordeste de Amaralina, bairro onde sempre viveu e onde é agente comunitário de saúde e presidente do conselho de segurança pública. Interessado e criativo, ele buscou conhecimento téorico na Escola do Senac onde fez curso de barman. Dai começou a dar asas à imaginação e a cada ano lança um novo produto. Em 2012, o carro-chefe é o cralicamel (cravo, limão, canela e mel) que está sendo bastante procurado. Mas, admite, os licores de jenipapo, passas, tamarindo e maracujá são os mais vendidos devido aos hábitos de consumo tradicionais dos baianos.
Paulo Lé orienta os consumidores a ficarem atentos à qualidade dos produtos que estão comprando, porque muita gente que não tem a menor experiência compra produtos em quantidade e vende sem qualquer cuidado com a origem e a conservação. Ele diz que para evitar comprar uma bebida que contenha água para render mais dinheiro a negociantes inescrupulosos, o comprador deve balançar a garrafa e verificar se as bolhas levam um longo tempo para se dissolver. Ele também alerta que licores de algumas frutas como cajá e coco mudam o sabor se não forem consumidos em pouco tempo, o que não ocorre com jenipapo, ameixa e passas que, por terem sua calda fervida duram muitos anos.