quarta-feira, 24 de outubro de 2018

BOLSONARO DESPENCA E HADDAD SOBE FORTE ENTRE EVANGÉLICOS

Rui reage à piada de Bolsonaro contra baianos: 'Chega de ódio'


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O governador reeleito Rui Costa (PT) reagiu a uma piada feita pelo presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), que, num vídeo divulgado nas redes sociais, diz ser “vantajoso comprar carro na Bahia porque já vem com o freio de mão puxado”. Para Rui, as declarações do capitão da reserva são preconceituosas. “Em vídeo gravado dentro de um carro ao lado de familiares, Bolsonaro diz que seria vantajoso comprar carro na Bahia porque já vem com o freio de mão puxado, deixando claro que considera os baianos preguiçosos. Respeite os baianos, candidato”, criticou o chefe do Palácio de Ondina por meio de nota distribuída na manhã desta quarta-feira (24).
Em seu Facebook, Rui publicou a filmagem em que o adversário de Fernando Haddad (PT) na disputa pelo Planalto faz o comentário, o qual classifica como “lamentável”. “Aqui, com muito raça, foi consolidada a independência do Brasil e o povo gritou: ‘Com tiranos não combinam brasileiros corações’. Nosso estado é pobre, mas é de gente trabalhadora no campo e na cidade. Aqui se trabalha muito para sobreviver com dignidade. Baianas e baianos desprezam, candidato, sua fala preconceituosa e estarão sempre a postos para responder a quem quer que seja que tente desrespeitar a Bahia. Nosso estado é de paz, é criativo, é de todas as crenças e credos. Chega de preconceito, de racismo, de ódio e violência. Somos um povo só: o povo brasileiro”, afirmou o petista. (Bahia.Ba)

ERRO OU ILUSÃO

Não deve mesmo ser bom
andar no caminho errado
saindo mesmo tom
posso cometer pecado
pode ser ilusão
tendo sim ou tendo não
devo estar preparado

Pode ser  uma ilusão
pensar em enriquecer
ser rico dá confusão
acho que nunca vou ser
andar caminho errado
não estudar um bocado
sei que não vou aprender

vindo para a universidade
em um curso de francês
buscar a felicidade
sem mesmo estudar
por isso vou estudar
quero aqui me preparar.
aqui junto com vocês

Não sei se  isso é errado
ou mesmo uma ilusão
acho  que não é pecado
nem posso pedir perdão
aqui é o meu lugar 
por isso vou estudar
não   gosto de perder não

o homem quando educado
em qualquer situação
ele é prestigiado
todo lhes dão atenção
por isso vamos estudar
precisamos  melhorar
isso não é ilusão

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Jornalista pede demissão de programa ao vivo após Bolsonaro exigir silêncio de comentaristas


por Ailma Teixeira
Jornalista pede demissão de programa ao vivo após Bolsonaro exigir silêncio de comentaristas
Mendelski, Voltaire e Juremir | Imagem: PrintScreen / Facebook Rádio Guaíba
O jornalista Juremir Machado se demitiu da Rádio Guaíba ao vivo, logo após uma entrevista concedida pelo candidato Jair Bolsonaro (PSL), na manhã desta terça-feira (23). De acordo com o âncora Rogério Mendelski, o capitão exigiu que os comentaristas do programa não fizessem perguntas, restringindo seu contato ao apresentador.

"Nós podemos dizer que o candidato nos censurou?", questionou Juremir depois que Mendelski esclareceu aos ouvintes e espectadores no Facebook o motivo de os demais integrantes do programa terem permanecido em silêncio durante a entrevista. "Eu achei humilhante e por isso estou saindo do programa, foi um prazer trabalhar aqui por 10 anos", ressaltou o jornalista, abandonando os colegas no estúdio.

Apoiado por Jurandir Soares, Mendelski disse que Juremir "é adulto o suficiente pra participar ou não participar do programa". Para ele, a atitude do colega foi precipitada. "O silêncio de vocês foi uma condição do candidato que queria conversar com o apresentador", explicou.

Já Voltaire, quarto componente da mesa, preferiu não se posicionar quanto à situação. "Eu preciso trabalhar também, eu preciso do emprego", resumiu.

O momento acontece a partir das 2h50m | Vídeo: Facebook Rádio Guaíba

A rádio do Rio Grande do Sul também tem articulado uma entrevista com o candidato Fernando Haddad (PT) e espera recebê-lo nesta quarta-feira (24).

Empresário é preso por chantagear mulher com fotos íntimas


  
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O dono de uma loja de telefonia, Fernando Alves Sousa Coelho, foi preso no domingo, 21, em Feira de Santana (a 109 km de Salvador), após tentar chantagear uma recepcionista de 34 anos, utilizando as fotos íntimas dela. O empresário tentou obrigar a mulher a manter relações sexuais com ele em troca de não mostrar as imagens para amigos e familiares.
De acordo com informações do site Acorda Cidade, o caso aconteceu quando a mulher, que não teve a identidade revelada, resolveu adquirir um celular novo na loja, dando o antigo como entrada.  Fernando Alves havia se comprometido em apagar todos os arquivos do celular antigo, porém, ele encontrou fotos da cliente nua e, de acordo com ela, passou a chantageá-la, ameaçando divulgar as fotos íntimas em grupos e redes sociais. 
A vítima contou que conhecia Fernando de festas e que, quando soube que ele estava com uma promoção de celulares em sua loja, foi procurá-lo para adquirir o produto novo. Depois do dia 13 de outubro, o empresário passou a ameaçá-la diariamente com mensagens via WhatsApp, dizendo que, caso ela não se encontrasse com ele em um motel ou na casa dele, espalharia todas as fotos pela internet. Ela então foi com ele até um motel e, em um momento de desatenção dele, ligou para a polícia que o prendeu em flagrante.
“Eu fui para o motel na tentativa de convencê-lo a apagar minhas fotos. Ele não apagou e tentou me agarrar à força. Eu comecei a tremer e fiquei muito nervosa. Aí, ele disse para eu relaxar um pouco. Nesse momento, eu saí e liguei duas vezes para o 190. Na segunda vez fui atendida. Liguei também para meu advogado. Quando a polícia chegou, ele foi preso”, declarou em entrevista ao Acorda Cidade.
A mulher, que tem uma filha de 15 anos, afirmou ainda que Fernando dizia o tempo todo em suas ameaças que mostraria as fotos para a adolescente e outros familiares. No momento que a polícia chegou ao motel, ele ainda tentou conversar com a recepcionista e pediu que ela esquecesse tudo e retirasse a queixa em troca de ganhar R$1.900.
“Eu não quis retirar a queixa e não quero que ele faça isso com mais ninguém”, comentou a recepcionista ao Acorda Cidade.
Versão dele
De acordo com o advogado do empresário, Rosimáro Carvalho, teria acontecido na verdade um flagrante armado. Ainda segundo ele, a recepcionista não teria como comprovar que o acusado a forçou a ter relações sexuais com o empresário.
Fernando alegou que recebeu o convite da recepcionista para ir até o motel e que, chegando lá, após o banho, ele foi surpreendido pelos policiais, que entraram no ambiente e efetuaram a prisão.
"O que ela alega (sobre prática de sexo forçado) não temos como provar, mas o que foi dito lá e confirmado por ela mesmo é que ela já teve um romance com ele, e que naquele dia ela o convida para ir ao motel, ele cedeu aos encantos e caiu na chamada arapuca. As mensagens divulgadas no WhatsApp foram analisadas, mas só após uma perícia para verificar se as fotos foram vazadas com intuito de prejudicar meu cliente”, informou o advogado ao site.

Casal que tem 13 filhos com nomes iniciados com 'R' espera 14º menino


Irineu Cruz e Jucicleide Silva são moradores do município baiano de Conceição do Coité.
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Foto: Raimundo Mascarenhas/Calila Noticias
Acorda Cidade
Casal que tem 13 filhos com nomes iniciados com 'R' espera 14º meninoO casal Irineu Cruz e Jucicleide Silva, moradores do município baiano de Conceição do Coité, a cerca de 200 quilômetros de Salvador, está na espera da chegada do 14º filho. A mulher está grávida de seis meses e, assim como fez com os demais herdeiros, planeja com o marido colocar no novo filho também um nome iniciado com a letra "R", em homenagem a um jogador de futebol que ainda esteja atuando ou que já tenha pendurado as chuteiras.
O último filho do casal, que hoje tem dois anos e três meses, é chamado de Ronaldo. O menino nasceu em julho de 2016.
Irineu, de 42 anos, mais conhecido na região como "Chitão", é responsável pela escolha dos nomes. Diz que desde pequeno é fã de futebol, o que justifica o critério usado para nomear os filhos. O primeiro nasceu quando ele tinha 23 anos. Hoje, com a quantidade de filhos que tem, daria para montar até um time de futebol, com reservas.
Ele ainda não decidiu que nome vai chamar o 14º, mas garante que vai "manter a tradição".
Foto: G1

Mulher morre engasgada com sêmen do amante no motel

  



Amante ligou desesperado para o marido da mulher engasgada para comunicar o fato




Na capital do Rio Grande do Norte, Natal, uma tragédia sexual provocou a morte de uma mulher, de 28 anos e seis de casada. Ela teria se engasgado com o esperma do amante, na reta final da relação durante a prática oral. O caso aconteceu na tarde do último domingo (27). A Polícia Civil e o ITEP interditaram o local.

O amante disse que, ao perceber que ela teria sido engasgada ligou para os funcionários do motel, e em seguida para o marido dela. “Eu estava tão desesperado que peguei o celular dela e liguei para o marido dela e contei tudo. Gritei no telefone: corre, vem pra cá que sua mulher está morrendo engasgada com o meu sêmen”, disse o amante a nossa reportagem.

O marido, e agora viúvo, não acreditou na ligação do amante da sua esposa. Pensou que se tratava de trote e desligou o telefone. Em seguida, uma nova ligação, desta vez dos funcionários do Motel, confirmando a tragédia, fez o esposo acreditar.

A Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso. O Delegado responsável pelas investigações disse que só vai falar com o G17 após concluir o inquérito. 

OS GÊNEROS DO DISCURSO NA PERSPECTIVA BAKHTINIANA OS GÊNEROS DO DISCURS

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A comunicação é indispensável para os seres humanos. Ela pode se dar por meio de diversas manifestações linguísticas, como a escrita, a oralidade, os sons, os gestos, as expressões fisionômicas etc. Segundo Bakhtin tais manifestações são bastante diversificadas, pois estão relacionadas às muitas esferas da atividade humana.

Bakhtin (1997, p. 290) trata do uso da língua nas atividades humanas:

Todas as esferas da atividade humana, por mais variadas que sejam, estão sempre relacionadas com a utilização da língua. Não é de surpreender que o caráter e os modos dessa utilização sejam tão variados como as próprias esferas da atividade humana (...) A utilização da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos), concretos e únicos, que emanam dos integrantes duma ou doutra esfera da atividade humana. O enunciado reflete as condições específicas e as finalidades de cada uma dessas esferas (...) cada esfera de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, sendo isso que denominamos gêneros do discurso.


Neste trecho podem-se perceber três conceitos principais: língua, enunciado e gêneros do discurso. Essas entidades, para Bakhtin, estão intimamente relacionadas, para o bom funcionamento da comunicação. As vastas variedades das esferas da atividade humana dão origem a vários gêneros do discurso, que segundo Bakhtin resultam em formas-padrão “relativamente estáveis” de um enunciado, determinadas sócio-historicamente. Bakhtin vai mais além, ao referir que só nos comunicamos, falamos e escrevemos por meio de gêneros do discurso. Os gêneros estão no dia-a-dia dos sujeitos falantes, os quais possuem um infindável repertório de gêneros, muitas vezes usados inconscientemente. Até nas conversas mais informais, por exemplo, o discurso é moldado pelo gênero em uso. Tais gêneros, segundo Bakhtin (1997, p. 282), nos são dados “quase da mesma forma com que nos é dada a língua materna, a qual dominamos livremente até começarmos o estudo da gramática”.
Os gêneros do discurso sofrem constantes atualizações ou transformações. A este respeito, Bakhtin (1997, p. 106) diz que “o gênero sempre é e não é ao mesmo tempo, sempre é novo e velho ao mesmo tempo.” Esta passagem, de certa forma, explica o “relativamente estável”, pois, bem como a sociedade, os gêneros também se modificam para atender às necessidades desta sociedade. Como, por exemplo, a carta, meio de comunicação bastante usado em épocas anteriores. Hoje, de certa forma, perdeu espaço para o e-mail, haja vista que a sociedade atual necessita de agilidade e rapidez na transmissão das informações; necessidade esta que a carta não é capaz de suprir. No entanto, a carta não deixou de existir. O que houve foi uma modificação, uma atualização do gênero carta, para melhor atender à sociedade.
A este respeito Bakhtin (1997, p. 284) diz que

Cada esfera conhece seus Gêneros, apropriados à sua especificidade, aos quais correspondem determinados estilos. Uma dada função (científica, técnica, ideológica, oficial, cotidiana) e dadas condições, específicas para cada uma das esferas da comunicação verbal, geram um dado gênero, ou seja, um dado tipo de enunciado, relativamente estável do ponto de vista temático, composicional e estilístico.


Sabe-se que os gêneros vão sofrendo modificações em consequência do momento histórico em que estão inseridos. Cada situação social dá origem a um gênero com suas características peculiares. Levando-se em consideração a infinidade de situações comunicativas e que essas só são possíveis graças à utilização da língua, pode-se perceber que infinitos também serão os gêneros. Bakhtin relaciona a formação de novos gêneros ao aparecimento de novas esferas da atividade humana, com finalidades discursivas específicas. Esta imensa heterogeneidade fez com que Bakhtin propusesse uma primeira grande “classificação”, dividindo os gêneros do discurso em dois grupos: primários e secundários. Os primários relacionam-se às situações comunicativas cotidianas, espontâneas, informais e imediatas, como a carta, o bilhete, o diálogo cotidiano. Os gêneros secundários, geralmente mediados pela escrita, aparecem em situações comunicativas mais complexas e elaboradas, como o teatro, o romance, as teses científicas, etc. Tanto os gêneros primários quanto os secundários possuem a mesma essência, em outras palavras, ambos são compostos por fenômenos da mesma natureza, os enunciados verbais. O que os diferencia é o nível de complexidade em que se apresentam.
Segundo Bakhtin (1997, p. 281):

Não há razão para minimizar a extrema heterogeneidade dos gêneros do discurso e a conseqüente dificuldade quando se trata de definir o caráter genérico do enunciado. Importa, nesse ponto, levar em consideração a diferença essencial existente entre o gênero de discurso primário (simples) e o gêneros do discurso secundário (complexo). Os gêneros secundários do discurso - o romance, o teatro, o discurso científico, o discurso ideológico, etc. – aparecem em circunstâncias de uma comunicação cultural mais complexa e relativamente mais evoluída, principalmente escrita: artística, científica, sociopolítica. Durante o processo de sua formação, esses gêneros secundários absorvem e transmutam os gêneros primários (simples) de todas as espécies, que se constituíram em circunstâncias de uma comunicação verbal espontânea. Os gêneros primários, ao se tornarem componentes dos gêneros secundários, transformam-se dentro destes e adquirem uma característica particular: perdem sua relação imediata com a realidade existente e com a realidade dos enunciados alheios...


Além dos aspectos sócio-históricos, devem-se levar em consideração outros aspectos, como espaço e tempo, tratados por Machado (2008, p. 158, 159):

O gênero não pode ser pensado fora da dimensão espácio-temporal. Logo, todas as formas de representação que nele estão abrigadas são, igualmente, orientadas pelo espaço tempo (...) O cronotopo trata das essenciais de relações temporais e espaciais assimiladas artisticamente na literatura. Enquanto o espaço é social, o tempo é sempre histórico. Isso significa que tanto na experiência quanto na representação estética o tempo é organizado por convenções. Os gêneros surgem dentro de algumas tradições com as quais se relacionam de algum modo, permitindo a reconstrução da imagem espacio-temporal da representação estética que orienta o uso da linguagem: ‘o gênero vive do presente mas recorda o seu passado, o seu começo’, afirma Bakhtin. A teoria do cronotopo nos faz entender que o gênero tem uma existência cultural, eliminando, portanto, o nascimento original e a morte definitiva. Os gêneros se constituem a partir de situações cronotópicas particulares e também recorrentes por isso são tão antigos quanto as organizações sociais.

Neste trecho percebe-se a relação dos gêneros com o espaço e o tempo, característica que Bakhtin denomina cronotopos. O gênero não surge do nada, ele está ligado a uma origem cultural, delimitada por aspectos sociais que estão relacionados ao espaço e, toda cultura possui sua própria história relacionada ao tempo. Daí, o gênero, que nasce dentro de tal cultura, sofrer modificações de acordo com o espaço e tempo.
Até este ponto, tratou-se dos gêneros, sua conceituação e classificação. Foi possível perceber a íntima ligação do gênero com o enunciado. No entanto, antes de se tratar do conceito de enunciado (fundamental para entender o conceito de gênero), é necessário uma breve explanação a respeito de outros conceitos: o conceito de oração e palavra (unidades da língua).
Tanto a palavra quanto a oração pura e simples não constituem ato comunicativo, não suscitam uma atitude de resposta por parte do outro, como unidades da língua possuem uma conclusibilidade abstrata e, por isso, podem não ser precisas. A oração em si não tem autoria e só a partir do momento em que se torna um enunciado, em uma situação discursiva, é que passa a representar a intenção do falante. A palavra do mesmo modo pode ser um verdadeiro enunciado. Por exemplo, quando olhamos para um desenho mostrado por alguém e dizemos - lindo!, estamos carregando a palavra de sentido e provocando nesse alguém alguma atitude, tornando-a um enunciado concreto (Bakhtin, 1997).
Ainda com relação à palavra, o autor afirma que escolhemos as palavras de acordo com as especificidades do gênero discursivo utilizado no momento. Haja vista que o gênero é uma forma típica do enunciado, no gênero a palavra incorpora esta tipicidade. Bakhtin considera que a palavra não é dotada apenas de expressão típica, mas também de expressão individual, já que a comunicação se dá por meio de enunciações individuais. E as palavras são incorporadas ao discurso a partir dos enunciados de outras pessoas. “Essas palavras dos outros trazem consigo a sua expressão, o seu tom valorativo que assimilamos, reelaboramos, e reacentuamos” (p. 295).
Com relação ao enunciado, este pode ser falado ou escrito, pressupõe um ato de comunicação social, é a unidade real do discurso. Neste caso existe uma interação entre os sujeitos falantes.
Bakhtin (1997, p. 293) conceitua o enunciado como:

... unidade real da comunicação verbal: o enunciado. A fala só existe, na realidade, na forma concreta dos enunciados de um indivíduo: do sujeito de um discurso-fala. O discurso se molda sempre à forma do enunciado que pertence a um sujeito falante e não pode existir fora dessa forma. Quaisquer que sejam o volume, o conteúdo, a composição, os enunciados sempre possuem, como unidades da comunicação verbal, características estruturais que lhes são comuns e acima de tudo, fronteiras claramente delimitadas. (...) As fronteiras do enunciado compreendido como uma unidade da comunicação verbal, são determinadas pela alternância de sujeitos falantes ou de interlocutores.


Bakhtin afirma que enunciado não é uma unidade convencional e sim uma unidade real, a qual é estritamente delimitada pela alternância de sujeitos falantes. É no diálogo real que esta alternância dos sujeitos falantes é mais facilmente percebida. Os enunciados dos interlocutores (parceiros do diálogo) ou as chamadas réplicas alternam-se no diálogo, o qual, segundo Bakhtin, por sua clareza e simplicidade, é a forma clássica da comunicação verbal.
No ato conversacional, há alternância dos sujeitos falantes, que emitem enunciados. Neste processo o receptor não é um ser passivo, ao contrário, ao ouvir e compreender o enunciado, este toma para si atitudes responsivas, ou seja, ele pode concordar ou não, pode opinar, direcionar, interromper, discutir, enfim exercer papel ativo no ato comunicacional. Não é intenção do locutor uma reação passiva por parte do receptor, mas sim um feedback, uma vez que o locutor age no sentido de induzir uma resposta, atua sobre o outro no sentido de convencê-lo, influenciá-lo. Bakhtin afirma que esta atitude é a principal característica do enunciado. Salienta, também, que o enunciado é único, não pode ser repetido, apenas citado, haja vista que advém de discursos proferidos no exato momento da interação social.
Segundo Rodrigues (2005, p. 157) “são exemplos de enunciados os romances, as cartas, as crônicas, as notícias, as saudações, as conversas de salão etc.” O enunciado, como afirma Bakhtin no trecho acima, “é uma unidade real, estritamente delimitada pela alternância dos sujeitos falantes”. Isto se dá numa relação dialógica.
O conceito de dialogismo fez-se presente, no Circulo de Bakhtin, para ressaltar a permanente interação e colisão entre estruturas significantes inseridas em um determinado campo histórico e social. As estruturas significantes são os “sistemas de signos”, sejam eles literários, políticos, religiosos etc. Sempre se originam das pulsões e tensões sociais.
A este respeito, Faraco (2003, p. 58) afirma: “Há, portanto, uma grande identificação do pensamento do Círculo de Bakhtin com a idéia de diálogo. E isso a tal ponto que já se tornou habitual e generalizado designar esse pensamento pelo termo dialogismo”.
É necessário, no entanto, como afirma Faraco, ter cuidado com o uso do termo diálogo, pois este possui várias significações sociais. Faraco (2003, p. 59) mostra as várias acepções do termo diálogo e o foco, deste termo, para o Círculo de Bakhtin.

A palavra diálogo designa, comumente, uma determinada forma composicional em narrativas escritas, representando a conversa dos personagens. Pode designar também a seqüência de fala dos personagens no texto dramático, assim como o desenrolar da conversação na interação face-a-face.
Os membros do Círculo de Bakhtin não são teóricos do diálogo nesses sentidos (...) Desse modo, não constitui objeto de suas preocupações observar a maneira como se dá a troca de turnos entre participantes de uma conversa (...) Nem desenvolver um estudo de práticas conversacionais de um grupo humano qualquer...
Portanto, o evento do diálogo face-a-face (aquilo que eles chamam, em vários momentos, de diálogo em sentido estrito do termo) estará no foco de atenção do Círculo, mas não como forma composicional e sim como ‘um documento sociológico altamente interessante’(...), isto é, como um espaço em que mais diretamente se pode observar a dinâmica do processo de interação das vozes sociais.


Segundo Faraco, o chamado Círculo de Bakhtin preocupa-se com o diálogo em uma perspectiva mais ampla do que a mera interação face-a-face. O que interessa para o círculo é o complexo de forças que atuam no diálogo e condicionam a forma e as significações do que é dito ali.
A este respeito Faraco (2003, p. 60) diz que

... o evento do diálogo face-a-face só interessa como um dos muitos eventos em que se manifestam as relações dialógicas que são mais amplas, mais variadas e mais complexas do que a relação existente entre as réplicas de uma conversa face-a-face. O objeto efetivo do dialogismo é constituído, portanto, pelas relações dialógicas nesse sentido lato (‘mais ampla, mais variadas e mais complexas).
Sob essa perspectiva, o diálogo face-a-face vai também interessar ao Círculo como um dos espaços em que se dá, por exemplo, o entrecruzamento das múltiplas verdades sociais, ou seja, como um dos muitos espaços em que ocorre diálogo no sentido amplo do termo, isto é, a confrontação das mais diferentes refrações sociais expressas em enunciados de qualquer tipo e tamanho postos em relação.
O Círculo, portanto, olha para o diálogo face-a-face do mesmo modo que olha para uma obra literária, um tratado filosófico, um texto religioso – como eventos da grande interação sociocultural de qualquer grupo humano; como espaços de vida da consciência socioideológica; como eventos atravessados pelas mesmas grandes forças dialógicas.

Tratou-se até este ponto de língua, enunciado e gêneros, na perspectiva bakhtiniana. Rojo (2005) mostra duas tendências, para análise dos gêneros, denominadas por ela de “teoria dos gêneros do discurso ou discursivos,” pautadas em aspectos sócio-históricos, e “teoria de gêneros de texto,” centrada na descrição da materialidade textual. Segundo, a autora, as duas vertentes estão ligadas a diferentes releituras da herança bakhtiniana.
Rojo (2005, p. 186) apresenta a distinção entre as duas vertentes nesta passagem:

...gêneros de texto tendiam a recorrer a um plano descritivo intermediário – equivalente à estrutura ou forma composicional – que trabalha com noções herdadas da lingüística textual (tipos, protótipos, seqüências típicas etc.) e que integrariam a composição dos textos do gênero. A outra vertente, a dos gêneros discursivos, tendiam a selecionar os aspectos da materialidade lingüística determinados pelos parâmetros da situação de enunciação – sem a pretensão de esgotar a descrição dos aspectos lingüísticos ou textuais, mas apenas ressaltando as ‘marcas lingüísticas que decorriam de/ produziam significações e temas relevantes no discurso.

Este trabalho não irá seguir uma abordagem textual, para o gênero rótulo, pois não se fará uma abordagem dos rótulos, visando à identificação da estrutura das partes que o compõem. Será feita, no 2° capítulo deste trabalho, uma abordagem discursiva do gênero rótulo, gênero pertencente à esfera publicitária. A escolha deste gênero do discurso deveu-se à inquietação de vislumbrar nele vários aspectos interessantes que vão muito além de apenas indicar e identificar o produto inserido na embalagem. O objetivo aqui é analisar o gênero rótulo como um gênero do discurso, por meio de sua função social e de sua história.
O rótulo pode representar um dos canais mais importantes para a comunicação entre o fabricante do produto e o consumidor e atualmente tem se revelado uma das principais estratégias de marketing para os produtos em geral, pois por meio dele o fabricante pode informar, persuadir e vender seu produto

domingo, 21 de outubro de 2018

tipos de texto

DESCRITIVO

Uma redação que se encaixe perfeitamente nesse tipo pode ser facilmente identificada se trouxer elementos que descrevam características de uma pessoa (ou qualquer outro ser vivo), de uma cena, ambiente ou mesmo de um objeto. Ao retratar o que observa ou sente, o autor pode apresentar elementos que tornem a redação descritaobjetiva.
Um relatório é um bom exemplo de como se aplica esse tipo, porque pode ter um caráter mais técnico, com linguagem direta. Agora, se o autor se encarrega de trazer sua percepção individual sobre aquele mesmo conteúdo, estaremos diante de uma redação descritiva subjetiva (ou seja, que foi produzida a partir de um cenário/ objeto comum, mas com a interferência de sentimento e olhar de uma pessoa específica). 

INJUNÇÃO

Esse tipo textual é outro que tem sido mais claramente categorizado por especialistas recentemente. Ele é atribuído a materiais que tenham o caráter de orientar o leitor quanto às informações nele descritas, instigando uma tomada de atitude. Basicamente, uma função de persuadir e encadear orientações.
É bem como de identificar esse tipo textual em manuais, por exemplo. Tanto que uma das marcas registradas dele é o uso do verbo no imperativo (faça; desligue e por aí vai). E é fácil imaginar porque tem popularizado o estudo sobre a injunção, certo? Basta ver o crescimento dos aparelhos tecnológicos. Com dispositivos por toda parte, cada vez mais precisamos de orientações precisas sobre como dominar as mais variadas funções existentes. 

NARRATIVO

O tipo textual narrativo é daqueles que se descobre fácil, fácil. É marcado pelo desenrolar de fatos, personagens e ambiente. Essas ideias são organizadas por um autor, que pode apenas observar a história (narrador-observador) ou participar dela (narrador-personagem).
Normalmente, esse modo é igualmente caracterizado por uma organização temporal dos fatos, sempre com verbos que indiquem uma ação. Não importa, nesse caso, o tempo verbal (ou seja, se ele está no passado, presente ou futuro e assim por diante).

ARGUMENTATIVO

Esse é o que você deve mais se atentar, porque é o tipo de texto exigido na prova do ENEM. Para que fique bem clara a diferença deste para o demais, observe que uma redação argumentativa é caracterizada por encadear as ideias. Em outras palavras, unificá-las de maneira bem harmoniosa. Isso significa defender um ponto de vista, como se fosse para convencer o interlocutor (quem vai ler o conteúdo) acerca do seu posicionamento do assunto.
A estrutura textual da redação dissertativa argumentativa tem três partes fundamentais, são elas: introduçãodesenvolvimento e conclusão. Na primeira parte, temos o compromisso de informar ao interlocutor qual será o tema tratado, para prender atenção dele. O bom desafio aqui é lançar uma isca para que o seu leitor continue interessado no parágrafo que vem na sequência (desenvolvimento). Quando chegamos nessa parte, todo nosso foco deve estar voltado para a argumentação que dará sustância àquilo que você defende. 
Seguindo bem essas duas etapas iniciais, a conclusão (terceira e decisiva parte) irá, rapidamente, retomar a tese inicial — que está mais bem fundamentada com os argumentos que foram trazido durante o texto. A melhor receita para que essa fórmula (introdução + desenvolvimento + conclusão) flua com facilidade é exercitar, pôr a mão na massa (digo, na caneta e no papel). Você pode combinar essas recomendações com outros sete passos importantes para preparar uma redação para o Enem, que já trouxemos aqui no blog.
Estabeleça uma meta semanal de textos, por exemplo, e quando chegar em outubro estará mais afiado para enfrentar a prova de redação. E tão primordial quanto isso é ter uma boa rotina de leitura. Não somente notícias, livros que a escola recomenda a você. Leia livros de ficção, romance, enfim… Isso o ajudará a ampliar o vocabulário e 

Gêneros textuais



Os gêneros textuais cumprem uma importante função social quando o assunto é comunicação. Embora sejam muitos, apresentam peculiaridades que nos permitem identificá-los.





Os gêneros textuais cumprem uma função social específica e estão sempre a serviço da linguagem e da comunicação
Os gêneros textuais cumprem uma função social específica e estão sempre a serviço da linguagem e da comunicação


Você já se deu conta da infinidade de situações comunicacionais às quais somos expostos ao longo de nossa vida? Nem precisa tanto, pois durante um único dia podemos estar envolvidos em diferentes contextos e ambientes que exigem de nós um comportamento linguístico específico. A linguagem é um dos mais eficientes meios de comunicação, pois ela nos permite interagir com pessoas, assim como alterar nosso discurso de acordo com as necessidades do momento.
Dessa constante necessidade que o ser humano tem de interagir e comunicar-se com o outro, surgiram os gêneros textuais. Os gêneros textuais não podem ser numerados, visto que variam muito e adaptam-se às necessidades dos falantes. Mesmo que não possamos contá-los, é possível observar que eles possuem peculiaridades que nos permitem identificá-los e reconhecê-los entre tantos outros gêneros. Entre as características dos gêneros textuais estão a apresentação de tipos estáveis de enunciados, além de estruturas e conteúdos temáticos que facilitam sua definição.
Veja agora alguns exemplos de gêneros textuais:
  • Artigo
  • Crônica
  • Conto
  • Reportagem
  • Notícia
  • E-mail
  • Carta
  • Relatório
  • Resumo
  • Resenha
  • Biografia
  • Diário
  • Fábula
  • Ofício
  • Poema
  • Piada
Embora sejam incontáveis, dadas as diversas situações comunicacionais, os gêneros textuais apresentam peculiaridades que permitem sua identificação
Embora sejam incontáveis, dadas as diversas situações comunicacionais, os gêneros textuais apresentam peculiaridades que permitem sua identificação
Diferentemente dos tipos textuais, que apresentam uma estrutura bem definida, além de um número limitado de possibilidades (podem variar entre cinco e nove tipos), os gêneros textuais são diversos e cumprem uma função social específica. Além disso, os gêneros podem sofrer modificações ao longo do tempo, embora muitas vezes preservem características preponderantes. Como exemplo dessa “evolução”, temos a carta, que depois do advento da tecnologia foi transformada no e-mail, meio de comunicação que substituiu o papel, a caneta e a necessidade de postagem pelos correios, visto que pode ser recebido instantaneamente pelo destinatário. Contudo, alguns elementos linguísticos foram preservados, como as saudações, o remetente e, claro, o destinatário.
Os gêneros são utilizados todas as vezes que os falantes estão inseridos em alguma situação comunicativa. Ainda que inconscientemente, selecionamos um gênero que melhor se adapta àquilo que desejamos transmitir aos nossos interlocutores, sempre com a intenção de sobre ele obter algum efeito. Seja no bilhetinho deixado na porta da geladeira, seja nas postagens feitas nas redes sociais ou até mesmo nas piadas que contamos para os nossos amigos, os gêneros estão lá, trabalhando a serviço da comunicação e da linguagem.