sábado, 22 de outubro de 2016

Eduardo Cunha recorre ao Supremo para deixar prisão


Deputado cassado é acusado de receber R$ 5 milhões, depositados em contas não declaradas na Suíça

André Richter, da Agência Brasil
Atualizado em 21/10/2016 19:20:11
  
A defesa do ex-presidente da Câmara dos Deputados federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) com um pedido de liberdade no final da tarde desta sexta-feira (21). Os advogados alegam que o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela prisão, descumpriu uma decisão da Corte. Cunha está preso desde quarta-feira (19) na carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
Na petição, os advogados afirmam que o Supremo já decidiu que Cunha não poderia ser preso pelos fatos investigados contra ele na Operação Lava Jato, ao entender que o ex-deputado deveria ser afastado da presidência da Câmara, em maio. Para a defesa, os ministros decidiram substituir a prisão pelo afastamento.
(Foto: Agência Brasil)
A prisão foi decretada na ação penal em que o deputado cassado é acusado de receber R$ 5 milhões, que foram depositados em contas não declaradas na Suíça. O valor seria oriundo de vantagens indevidas, obtidas com a compra de um campo de petróleo pela Petrobras em Benin, na África. O processo foi aberto pelo Supremo, mas, após a cassação do mandato do parlamentar, a ação foi enviada para o juiz Sérgio Moro porque Cunha perdeu o foro privilegiado.
Entre os argumentos usados para justificar o pedido de prisão de Cunha, a força-tarefa de procuradores da Lava Jato afirmou que a liberdade do ex-deputado representava risco para as investigações.
Segundo a força-tarefa do Ministério Público Federal, "há evidências" de que existem contas pertencentes a Cunha no exterior que ainda não foram identificadas, fato que, segundo os procuradores, coloca em risco as investigações. Além disso, os procuradores ressaltaram que Cunha tem dupla nacionalidade (brasileiL
publicidade

PF e Justiça estão convencidos de ação do Legislativo contra a Lava Jato


 

Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil
A Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça Federal estão convencidos que as varreduras de policiais legislativos nas casas de parlamentares  foram feitas para atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. Essa convicção vai de encontro à declaração do presidente do Senado, Renan Calheiros, que  afirmou que as atividades da Polícia Legislativa em varreduras de escutas ambientais "restringem-se à detecção de grampos ilegais, conforme previsto no regulamento interno".
A investigação mostrou que as varreduras eletrônicas eram feitas em casas de parlamentares que haviam acabado de serem alvo de operações de busca e apreensão da Lava Jato. O apartamento do senador Collor, por exemplo, foi um dos revistados logo após a ida de agentes da PF ao local. "A intenção foi frustrar o trabalho que estava ocorrendo lá", disse uma fonte à reportagem.
Além disso, a Polícia Federal (PF) descobriu que policiais legislativos foram mandados para o Maranhão para fazer uma varredura na casa do então genro do ex-senador Edison Lobão Filho. As provas juntadas nas investigações incluem documentos, passagens aéreas, registro de uso dos celulares dos acusados nos lugares de varredura, além de provas testemunhais.
Tanto o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, quanto o diretor-geral da PF, Leonardo Daiello, enfatizaram que a Operação Métis, que investiga as varreduras de policiais legislativos nas casas de parlamentares, está sendo realizada em parceria entre as polícias Federal e Legislativa. As investigações começaram após a denúncia de policiais legislativos que se recusaram a fazer as varreduras por considerarem ilegais e alertaram a força-tarefa da Lava Jato sobre o fato.

"Temos em nossa cultura que a parceria é o caminho. Não há disputa nenhuma nesse momento [entre as polícias]", disse Daiello. Já o ministro Moraes enfatizou o combate a qualquer ação que vise obstruir a Lava Jato. "Toda tentativa de diminuir ou frustrar a operação é investigada", falou.
Atuação fora dos limites é negada
O ministro da Justiça disse que a operação de busca e apreensão da Polícia Federal, que prendeu na manhã de hoje (21) policiais legislativos no Senado, não extrapolou sua competência e seguiu os trâmites legais necessários.
"Concordo que cada uma das instituições deve exercer estritamente suas atribuições constitucionais e legais. Por isso a PF realizou a sua operação com base em mandado de busca e apreensão e mandados judiciais de prisão para poder realizar o que realizou hoje", disse o ministro, em Brasília.
Ele destacou que a investigação é contra a obstrução das investigações da Operação Lava Jato, e não acerca da varredura de escutas nas residências de parlamentares.
"O que foi investigado é o desvio de finalidade de quatro integrantes da polícia do Senado, que teriam utilizado as suas atribuições com finalidade ilícita, a obstrução da Lava Jato", reforçou o diretor da PF, Leonardo Daiello.
Os parlamentares que tiveram imóveis vasculhados de forma irregular pela Polícia Legislativa foram a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o senador Fernando Collor (PTC-AL) e o ex-senador Edison Lobão Filho. Além disso, o ex-presidente da República e ex-senador José Sarney também solicitou a varredura. As investigações descobriram que Sarney fez o pedido para o diretor da polícia do Senado, Pedro Ricardo Carvalho, preso hoje. Este, por sua vez, fez uma requisição aos seus subordinados, que cumpriram a ordem.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

UFRB suspende aulas em seis cidades após ocupação de alunos


 

EDUCAÇÃO
UFRB suspende aulas em seis cidades após ocupação de alunos
Campus da UFRB na cidade de Cruz das Almas (Foto: Fábio Santos/Voz da Bahia)
Todos os seis campi da Universidade Federal do Recôncavo Bahia (UFRB) estão sem aulas desde a quarta-feira (19), de acordo com a assessoria da instituição. A suspensão ocorre por conta da ocupação dos estudantes, que protestam contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que estabelece teto para o aumento dos gastos públicos pelos próximos 20 anos.
 
A universidade tem campus nas cidades de Cruz das Almas, Cachoeira, Amargosa, Santo Antônio de Jesus, Feira de Santana e Santo Amaro. A previsão da universidade é de que as aulas sejam retomadas na próxima terça-feira (25).
 
Além da UFRB, também estão suspensas as aulas no Instituto Federal da Bahia (IFBA) na cidade de Vitória da Conquista desde a terça-feira (18), por conta da mobilização de estudante contra a PEC 241.
 
Os campi de Valença e Paulo Afonso do IFBA também registram ocupação e estão com parte das atividades paradas. De acordo com a chefia de gabinete do campus em Valença, os estudantes acampam na área externa do campus, mas as aulas no local estão mantidas. Em Paulo Afonso, o instituto não informou quais atividades foram suspensas.