Apesar
da palavra endividamento causar calafrios em muitas pessoas, isto não
implica na sua extinção. Pelo contrário, as dívidas fazem parte da
realidade de muitos brasileiros, conforme revela uma pesquisa recente
feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado
de São Paulo (Fecomercio-SP). Em março, 52,2% dos paulistanos se
declararam endividados, o que equivale a 1,87 milhão de famílias; este é
o maior número em 12 meses.
De acordo com economistas da
Fecormercio, este aumento se deve aos refinanciamentos das dívidas
assumidas no começo do ano, com matrícula, material escolar e tributos
como o IPTU e o IPVA. “O incremento no total de endividados também foi
impactado pelos crescentes gastos com turismo, viagens, hotéis e aluguel
de carro”, aponta a Federação.
Para ajudar o consumidor a sair
do vermelho, o presidente da DSOP Educação Financeira Reinaldo Domingos
elaborou algumas dicas muito úteis ao bom orçamento. Acompanhe:
1. Antes
de sair negociando é preciso ter pleno domínio do seu dinheiro, fazer
um diagnóstico financeiro, registrando o que se ganha, o que se gasta,
conhecer seu verdadeiro “eu financeiro”;
2. Faça
um levantamento de suas despesas diárias por categoria pelos próximos
30 dias; este é o caminho para que fique tudo mais claro, assim poderá
identificar os excessos e cortar gastos;
3.
Muitas vezes é importante dizer “devo, não nego, pago como e quando
puder”. Nunca se deve procurar um credor (pessoa para quem você deve)
antes de ter domínio completo de seu dinheiro;
4. É
preciso ter muita calma quando se está inadimplente. Estar endividado
nem sempre é um problema, o problema é quando não se consegue pagar este
compromisso;
5. A portabilidade é uma das
ferramentas para reduzir o endividamento, por isso procure por linhas de
créditos mais baixas. Mas lembre-se: isso não resolve a causa do
problema;
6. No planejamento para pagar as
dívidas priorize as que têm os juros mais altos, geralmente as de cartão
de crédito e cheque especial;
7. Na hora de negociar, se for parcelar as dívidas, tenha certeza que as mesmas cabem em seu orçamento;
8.
Saiba que para pagar às dívidas atrasadas terá que repensar seu padrão
de vida, pois, se já se endividou com o que ganha, seu montante se
reduzirá nos próximos meses com as parcelas;
9.
Não existe uma porcentagem exata de quanto terá que direcionar para
pagar as dívidas, isso dependerá do diagnóstico financeiro feito
previamente;
10. Elabore uma estratégia para sair do endividamento, conhecendo detalhadamente os credores, valores e taxas de juros;
11.
Dois fatores levam ao endividamento: o crédito fácil e a propaganda.
Por isso, cuidado para não comprar o que não sonhava, com o dinheiro que
você não tem, para impressionar, muitas vezes, quem você não conhece;
12. As
facilidades de créditos, como limite de cheque especial, cartão de
crédito, crediários têm sido verdadeiros vilões nesta ciranda do
endividamento e da inadimplência;
13. Não
“empreste” seu nome para que parentes e amigos façam dívidas. Se eles
não podem usar o próprio nome é porque provavelmente já estão com
problemas de endividamento;
14. Procure guardar
dinheiro para comprar à vista e com algum desconto. O sonho da
independência financeira passa por respeito ao dinheiro. Entenda que
dinheiro é meio e não fim;
15. Quem compra a prazo, paga juros, quem paga juros, paga mais caro e tem dívidas. Quem tem dívidas, realiza menos sonhos!