(Foto: Reprodução / Site Cláudio Vieira de Oliveira)
BIOGRAFIA
Nascido
no dia 1º de abril de 1976, numa família humilde, na cidade de Monte
Santo, no interior da Bahia. Com apenas um ano de idade, ficou órfão de
pai. Mas com a total dedicação e sacrifício de nossa mãe Maria José, eu e
meus cinco irmãos crescemos e estudamos.
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Nasci de um parto normal, muito difícil, que quase custou a minha vida e
a de minha mãe. Na época, o hospital da cidade ainda estava sendo
construído... Minha bisavó era parteira, mas estava diante de uma
situação complicada... Foi aí que chegou a minha casa um estudante de
medicina, estagiário, filho da terra. Com a ajuda de Deus, ele conseguiu
me trazer a esse mundo, embora quase morto. Minha mãe desmaiou... O
estagiário também quase desmaiou... Meu corpo era totalmente
deformado... Antes que eu não vingasse, correram para me batizar.
Parece, porém, que já cheguei designado a cumprir uma grande missão: ser
um exemplo de perseverança; ser um exemplo de superação.
Mostro
para as pessoas que podemos enfrentar todos os problemas, todos os
obstáculos. Temos que aceitar a vida; temos que viver a vida.
Diante
da minha rara deficiência, houve quem incentivasse meus pais a não me
darem alimento, para que eu enfraquecesse; pensavam que seria melhor que
eu não sobrevivesse. Minha deficiência era tão complexa, que várias
pessoas achavam que, além de eu dar muito trabalho, eu acabaria
vegetando... Com o passar do tempo, no entanto, comecei a surpreender a
todos. Dei meus primeiros passos de motivação, ao observar meus irmãos
indo e voltando do colégio, realizando atividades escolares... Despertei
interesse pelos estudos. Pedi a minha mãe caderno, lápis...
Espontaneamente coloquei o lápis em minha boca e comecei a rabiscar.
Logo, tentei convencer minha mãe a colocar-me em uma escola. Ela se
esquivava, porque tinha medo da reação dos outros alunos.
Como
persisti, ela procurou uma pessoa para me dar aula particular, para que
eu pudesse me inserir no mundo escolar. Assim, aprendi o alfabeto
inteiro... Comecei a formar as primeiras palavras, inclusive o meu nome
completo... E tudo isso, com a boca. Daí, não quis mais parar.
Consegui
convencer minha mãe a me matricular na escola. Ingressei numa escolinha
particular, onde fui recebido com glamour. Graças a Deus, não fui
rejeitado por ninguém. Foi uma benção. Ali, só estudei até a segunda
série, por motivos financeiros. Na escola pública, também fui bem
recebido. Meu entrosamento com professores, diretores e alunos foi
interativo; eles sempre me ajudavam.
Em
1994, terminei o primeiro grau. Mudei de instituição para continuar os
estudos e, com muito esforço, em 1997, concluí o curso de magistério.
Nesse
tempo, perdi o beneficio do INSS. Fiquei triste. Alegaram que minha mãe
já recebia uma pensão, de um salário mínimo, de meu falecido pai. Foram
dois anos sem receber do INSS. Só consegui o retorno do benefício
porque contei com a boa vontade de amigos.
Persistente
que sou, mudei-me para Feira de Santana para ingressar na Universidade.
Ganhei uma bolsa de estudo... Me formei... No ano seguinte, decidi
trabalhar por conta própria.
No
cotidiano, Leio revistas, livros... Assisto, na TV, telejornais,
novelas, programas educativos... Sou uma pessoa que busco não depender
totalmente de terceiros: ligo e desligo aparelhos domésticos; atendo
celular; digito em teclado de computadores; escrevo; faço minhas
refeições sozinho... Tudo isso com a boca. E danço... E namoro... Saio
com amigos... Viajo... Faço tudo. Gosto de viver.
Apesar
da deficiência física, não tenho complexo. Isso é fruto de minha
família que nunca me enxergou como um deficiente, pelo contrário, com
igualdade. E é Isso que me fortalece. " Cláudio Vieira de Oliveira