terça-feira, 13 de junho de 2017

Ministério da Saúde quer fim do refil de refrigerantes em restaurantes e fast-food

O Ministério da Saúde quer acabar com a oferta de refil de refrigerantes em restaurantes e redes de lanchonete no Brasil. A pasta negocia com representantes do setor um acordo para o fim dessa prática, que, na avaliação do ministério, tem se expandido de forma perigosa no país.
"Caso não cheguemos a um resultado comum, vamos estudar uma outra medida", afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
A alternativa seria propor ao Congresso um projeto de lei proibindo esse sistema de oferta da bebida. De acordo com o ministro, não há prazo para que o acordo com o setor seja firmado.

A estimativa do Ministério da Saúde é de que existam cerca de mil lojas de redes de fast-food, além de restaurantes, que oferecem aos clientes essa possibilidade de consumo ilimitado por um preço fixo.
"Há uma disputa por esse mercado. Vamos manter a tentativa de acordo voluntário. Espero chegar a um entendimento" , disse Barros. Pelas contas da pasta, o refil aumenta em até 30% o consumo de refrigerantes nos estabelecimentos.  Isso vai contra a nossa meta, que é justamente reduzir a ingestão da bebida", completou.
Sal e açúcar
Barros anunciou ainda outras duas medidas que estão em estudo para tentar reduzir o consumo excessivo de sal e açúcar no país: a proibição de saleiros em mesas de restaurantes e a mudança de embalagens de sal e açúcar, que passariam a apresentar um dosador.
"Eles ajudariam a ver qual a exata quantidade para o consumo. O que vemos hoje é uma colher de sal, mas ela pode ser rasa ou muito cheia. Há uma grande diferença", disse Barros.
A exemplo do refil, a ideia do governo é tentar, em uma primeira etapa, um acordo com donos de restaurantes e estabelecimentos que servem comida para retirar o saleiro. "Se todos concordarem, não há necessidade de uma lei", afirma o ministro.

Meta de redução
As estratégias foram apresentadas nesta terça-feira (13), durante o anúncio dos resultados do acordo de redução de sal com a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), firmado em 2011.

Cálculos feitos pelo Ministério da Saúde com base em dados fornecidos pela indústria indicam que foram retirados do mercado até o momento 17 mil toneladas de sódio dos alimentos. Essa quantia está longe da meta firmada com o setor, que é, até 2020, retirar o equivalente a 28.562 toneladas do nutriente.
Embora o cronograma esteja bem atrasado, Barros disse estar confiante de que o objetivo será alcançado. Apesar do discurso, tanto o ministro quanto representantes da indústria reconhecem que, nas próximas etapas, o processo vai ficando cada vez mais difícil. No início do acordo, bastava retirar o excesso de sódio de alimentos.