Por
que eu me permiti aceitar esse convite? O que existe no âmago desta
aceitação? Será por egocentrismo insatisfeito?Será por vaidade? Qual o
sentido de se falar e de se ouvir?
Gostaria de sair destas pesadas reflexões e dizer para vocês da minha alegria em ser chamado para lhes falar.
Estou
pronto para lhes falar profundamente. Preparei-me como para um desfile,
com traje engalanado para aqueles que gostam de pompa e ao mesmo tempo
com as vestes da objetividade que é bem próprio da racionalidade.
Fiquei
olhando longamente par o tema proposto como que querendo penetrar no
cerne das palavras!”O papel do jovem no Mundo Atual”! E me perguntei: o
que eles esperam que seja dito e que lhes agrade, que lhes transmita
alguma orientação e esperança?
No
meio de tanta incompreensão entre ricos e pobres, guerras entre
israelenses e árabes, ocupações indevidas como no Afeganistão pela
Rússia, as misérias do pós- guerra revolucionaria na Nicarágua, no meio
de tanta sujeira, ódio, poluição moral e ambiental, o que as gerações
anteriores a esta juventude têm para lhes doar e que seja exemplar? As
folhas não respiram mais! As arvores estão tristes, a natureza abatida,,
as águas ultrajadas e o que é que podemos mostrar aos nossos filhos?
Talvez a conquista da Lua, o conhecimento atmosférico, os aparelhos de
comunicação, o namoro a Marte, as pesquisas ultramicroscópicas!...A
vacina Sabin!...
Não sei se interessa ao jovem conversar sobre o analfabetismo, a falta de alimentação, fontes de violência e desajustes sociais!
O
fato notável é que os meios de comunicação de massa desfilam todos os
dias para os nossos olhos as idéias de conforto, bem estar, riqueza,
opulência, lazer, o que contradiz com a realidade que encontramos fora
dos vídeos, estórias, etc.
Criou-se
por interesse capitalista, materialista, a era da mentira, do engodo,
da falsidade, em que o mais esperto ludibria ao menos e desta vantagem
aumenta a sua força de domínio e de posse.
Criou-se
por interesse capitalista, materialista, a era da mentira, do engodo,
da falsidade, em que o mais esperto ludibria ao menos e desta vantagem
aumenta a sua força de domínio e de posse.
Será
que isto que o jovem de hoje almeja?Tornar-se mais um enganador? Um
embusteiro? Um rastejante surrupiador de bens, diminuindo o valor das
virtudes e do amor?
O
que falar ao adolescente que marcado, às vezes na própria pele, pela
chaga da desunião familiar, que lhe rouba o tesouro herdado da maternidade paternidade, procura incessantemente na marginalização do vicio a explicação que não encontra?
É
fácil falarmos que a juventude está perdida, que o jovem é um
desorientado que procura no vicio e no sexo a solução de suas
frustrações quando não temos a hombridade de nos olharmos e vermos os
erros que estamos lhes transmitindo em desatenção, ódio, intrigas,
machucando o que ele tem de mais puro e cristalino: a sua formação.
Meus
caros e caras jovens: esta é a nossa tese após este prólogo, um tanto
filosófico e longo, que lhes trago: não vim para falar sobre “O papel do
jovem no mundo moderno” w sim para discorrer sobre a sua formação.
Do mundo que estamos vivendo descartem todas as suas insuficiências q medidas sobre o que é bom. O que é bom foi
feito pelas gerações anteriores após longas meditações talvez muitos
esforços e incompreensões, mas conseguiram os seus alvos, tenho certeza
que o sacrifício pessoal e coletivo é a única formula capaz de acelerar
as conquistas e os progressos.O mesmo deve ser feito para cada um de
vocês .Os seus filhos estarão esperando pelas suas realizações , pelas
suas conquistas,pelas suas virtudes e julgarão como vocês estão julgando
os seus pais e os outros tempos e gerações .
Falo-lhes
da necessidade do aprimoramento de sua formação. Formação quer dizer os
elementos que compõem o seu arsenal íntimo de qualidades. E para
exemplificar nada melhor que recordar uma passagem da vida de Francisco
de Assis ou São Francisco de Assis quando exaltou a humanidade em
desfavor da valentia do arroubo, do gesto extremado: “Jogar a bolsa de
ouro pela janela é fácil, pensava. Receber trinta e nove chicotadas sem
piscar é fácil.Caminhar a pé e descalço ate o outro lado do mundo,
açoitado pelos ventos e pisando na neve,
é coisa relativamente simples.Com a ajuda do Senhor Jesus, a gente pode
até entregar o corpo às chamas ou à espada, apresentar o pescoço à
cimitarra, ser torturado no tronco,arrastado por cavalos ou devorado por
feras, e até mesmo beijar a boca de um leproso...Mas ficar calmo diante
do fantoche do ridículo não se perturbar quando arrastam no chão a
túnica do prestigio, não enrubescer quando se é humilhado, não tremer
quando nos despem de nosso nome social e da família e da fama...tudo
isso é humanamente impossível, ou é um milagre claro da misericórdia de
Deus.”
Falei-lhes da humildade como posso lhes falar da honestidade, da justiça e do amor.
Chegamos
num ponto critico de nossa fala: quais os objetivos que temos com a
vida que ganhamos ao nascer? O que representa para nós a vida, o outro e
o que almejamos com a nossa potencialidade física e mental? O que
representa par nós o pensamento de formarmos um mundo melhor com homens
mais justos, pacíficos e evoluídos no espírito?
Apresentamos
aos jovens o mundo em que vivem com todas as suas imperfeições que
atribulam a sua existência e geram as suas insatisfações.
Orientamos
para que saibam escolher entre o ouro e a prata. Grifamos a importância
de sua liberdade em ser ais através de uma formação forte e fecunda de
bons princípios.A meta de um mundo melhor sob a égide de um homem mais
evoluído é o que se espera desta juventude que hoje me ouve e me vê.
A
resposta será dada por cada um. Esposemo-nos a novas idéias, novos
princípios, homens e mulheres, na busca de um a amanhã mais sorridente,
mais luminoso de virtudes em que todos sejam felizes.
A
conquista desse amanhã só será viável quando aprendermos que cada um de
nossos atos é importante e desencadeia em série uma infinidade de
reações.
O
nosso ultimo sopro de lembrança seja para Deus, que carregamos de
alguma forma dentro do peito, para que Ele encha todas as nossas
células, da fraternidade que ainda não temos, e do amor que nos falta,
para que possamos amar como Ele nos amou.