RIO — Na sessão da 1ª Turma Especializada do Tribunal
Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), de quinta-feiraa, o desembargador
Ivan Athié provocou polêmica ao dizer que os pagamentos de propinas
investigados na Operação Lava-Jato podem ser apenas “gorjeta”. A
declaração do magistrado aconteceu durante julgamento de pedido de
revogação da prisão do ex-presidente da Eletronuclear Othon Silva, que
foi condenado a 43 anos de prisão pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara
Federal Criminal do Rio, e está em uma unidade da Marinha em Duque de
Caxias, na Baixada Fluminense.
— Nós temos que começar a rever essas investigações. Agora, tudo é
propina. Será que não é hora de admitirmos que parte desse dinheiro foi
apenas uma gratificação, uma gorjeta? A palavra propina vem do espanhol.
Significa gorjeta. Será que não passou de uma gratificação dada a um
servidor que nos serviu bem, como se paga a um garçom que nos atendeu
bem? Essas investigações estão criminalizando a vida — afirmou o
magistrado na sessão, segundo informou o blog do colunista do GLOBO
Lauro Jardim.