sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

O governador Rui Costa percebeu que não poderia deixar a corrida pela presidência da Assembleia Legislativa ganhar contornos “traumáticos

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Por Luiz Fernando Lima | Fotos: Roberto Viana / Bocão News
 
O governador Rui Costa percebeu que não poderia deixar a corrida pela presidência da Assembleia Legislativa ganhar contornos “traumáticos” para a base aliada e marcou conversas com ao menos dois dos candidatos Marcelo Nilo (PSL) e Ângelo Coronel (PSD). A iniciativa é vista com bons olhos pelos postulantes.
Ângelo Coronel acredita que Rui Costa está cumprindo o papel institucional, mas ressalta que não há animosidade na dimensão em que vem sendo especulada. “A disputa está dentro da lógica democrática”. Coronel, no entanto, não perde uma oportunidade de enfatizar o caráter centralizador do atual presidente Marcelo Nilo.
Nilo em diversas ocasiões também declarou estar tranquilo e não deixou passar nenhuma ocasião sem expressar sua insatisfação com os adversários. A disputa, portanto, não está nem próxima de transcorrer na perfeita “paz”. Longe disso, os ataques mútuos estalam em todos os veículos de comunicação.
De camarote, a bancada de oposição assiste à batalha dos governistas. Sabem os parlamentares alinhados ao prefeito de Salvador ACM Neto (DEM) que a tendência é que a eles sejam oferecidas benesses.Os espaços dentro do Legislativo não são poucos e, geralmente, são distribuidos dentro de uma lógica de proporcionalidade das bancadas.Marcelo Nilo manteve durante este quinto mandato quatro espaços na Mesa Diretora para o agrupamento.
No entanto, pelo regimento interno, a bancada teria direito a três cadeiras. A quarta veio a reboque quando Carlos Geilson deixou o PTN para desembarcar no PSDB. O assento pertencente aos deputados “independentes” permaneceu com o deputado de Feira de Santana e passou a ser contado como da “oposição”.
Ângelo Coronel em conversa com a reportagem do Bocão News afirmou que poderá de fato conceder cinco cadeiras na Mesa Diretora da Casa aos deputados de oposição. Outros veículos de imprensa chegaram a publicar a informação como fechada, mas o pessedista afirma que ainda não sentou com parlamentares para concretizar a proposta.
De acordo com Coronel, no momento de fechar a chapa que disputará a Mesa Diretora, pode ser que partidos que apoiam Marcelo Nilo fiquem fora do colegiado, portanto, “é legítimo que estes espaços (na Mesa Diretora) sejam disponibilizados a quem me apoia”, afirma.
A Mesa Diretora é composta por nove cadeiras desde dezembro de 2014 quando Marcelo Nilo “criou” a quarta vice-presidência. Há, por parte dos governistas, preocupação diante da possibilidade de a oposição ter maioria na composição deste colegiado. O presidente da Casa tem, atualmente, o voto de minerva.
Coronel diz que, caso seja eleito, fará uma gestão compartilhada na qual os deputados terão voz e espaços. Neste sentido, embora não confirme outra especulação, o comando das diretorias do Palácio Luís Eduardo Magalhães será dividido entre os apoiadores.
Especulou-se que a Fundação Paulo Jackson que administra o Canal Assembleia seria entregue à oposição, mas, outra vez, Coronel diz que ainda não “bateu o martelo” e que precisa conversar com os deputados. 
O cenário é esse. Resta saber como o governador Rui Costa vai conseguir conduzir o processo sem gerar dividendos e fissuras na base aliada.
Publicada originalmente em 05/01 às 15h34