a
Por Luiz Fernando Lima | Fotos: Roberto Viana / Bocão News
O governador Rui Costa percebeu que não
poderia deixar a corrida pela presidência da Assembleia Legislativa
ganhar contornos “traumáticos” para a base aliada e marcou conversas com
ao menos dois dos candidatos Marcelo Nilo (PSL) e Ângelo Coronel (PSD).
A iniciativa é vista com bons olhos pelos postulantes.
Ângelo Coronel acredita que Rui Costa
está cumprindo o papel institucional, mas ressalta que não há
animosidade na dimensão em que vem sendo especulada. “A disputa está
dentro da lógica democrática”. Coronel, no entanto, não perde uma
oportunidade de enfatizar o caráter centralizador do atual presidente
Marcelo Nilo.
Nilo em diversas ocasiões também declarou
estar tranquilo e não deixou passar nenhuma ocasião sem expressar sua
insatisfação com os adversários. A disputa, portanto, não está nem
próxima de transcorrer na perfeita “paz”. Longe disso, os ataques mútuos
estalam em todos os veículos de comunicação.
De camarote, a bancada de oposição
assiste à batalha dos governistas. Sabem os parlamentares alinhados ao
prefeito de Salvador ACM Neto (DEM) que a tendência é que a eles sejam
oferecidas benesses.Os espaços dentro do Legislativo não são poucos e,
geralmente, são distribuidos dentro de uma lógica de proporcionalidade
das bancadas.Marcelo Nilo manteve durante este quinto mandato quatro espaços na Mesa Diretora para o agrupamento.
No entanto, pelo regimento interno, a
bancada teria direito a três cadeiras. A quarta veio a reboque quando
Carlos Geilson deixou o PTN para desembarcar no PSDB. O assento
pertencente aos deputados “independentes” permaneceu com o deputado de
Feira de Santana e passou a ser contado como da “oposição”.
Ângelo Coronel em conversa com a reportagem do Bocão News
afirmou que poderá de fato conceder cinco cadeiras na Mesa Diretora da
Casa aos deputados de oposição. Outros veículos de imprensa chegaram a
publicar a informação como fechada, mas o pessedista afirma que ainda
não sentou com parlamentares para concretizar a proposta.
De acordo com Coronel, no momento de
fechar a chapa que disputará a Mesa Diretora, pode ser que partidos que
apoiam Marcelo Nilo fiquem fora do colegiado, portanto, “é legítimo que
estes espaços (na Mesa Diretora) sejam disponibilizados a quem me
apoia”, afirma.
A Mesa Diretora é composta por nove
cadeiras desde dezembro de 2014 quando Marcelo Nilo “criou” a quarta
vice-presidência. Há, por parte dos governistas, preocupação diante da
possibilidade de a oposição ter maioria na composição deste colegiado. O
presidente da Casa tem, atualmente, o voto de minerva.
Coronel diz que, caso seja eleito, fará
uma gestão compartilhada na qual os deputados terão voz e espaços. Neste
sentido, embora não confirme outra especulação, o comando das
diretorias do Palácio Luís Eduardo Magalhães será dividido entre os
apoiadores.
Especulou-se que a Fundação Paulo Jackson
que administra o Canal Assembleia seria entregue à oposição, mas, outra
vez, Coronel diz que ainda não “bateu o martelo” e que precisa
conversar com os deputados.
O cenário é esse. Resta saber como o
governador Rui Costa vai conseguir conduzir o processo sem gerar
dividendos e fissuras na base aliada.Publicada originalmente em 05/01 às 15h34