domingo, 11 de dezembro de 2016

Não matar

 

 

07/12/2016 09h00
Alguns princípios constituem-se como colunas que sustentam a vida social. O mais importante deles é a inviolabilidade da vida humana.
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Enquanto o país estava consternado com a tragédia da queda de avião que matou jogadores e outras pessoas, o Supremo Tribunal Federal – STF aprovou a legalização do assassinato de inocentes. Matar um ser humano e, sobretudo uma criança indefesa, é um crime horrendo.
Uma mulher chega apavorada no consultório de seu ginecologista e diz: Doutor, o senhor terá que me ajudar num problema muito sério. Este meu bebê ainda não completou dois anos e já estou grávida novamente. Não quero filhos em tão curto espaço de tempo, mas num espaço grande entre um e outro.
O médico então perguntou: muito bem. O que a senhora quer que eu faça? A mulher respondeu: desejo interromper esta gravidez e conto com a sua ajuda. O médico pensou um pouco e depois de algum tempo em silêncio disse para a mulher: acho que tenho um método melhor para solucionar o problema. E é menos perigoso para a senhora.
A mulher sorriu, acreditando que o médico aceitaria seu pedido. Ele então completou: Veja bem minha senhora, para não ter que ficar com dois bebês de uma vez, vamos matar este que está em seus braços. Se vamos matar, não há diferença entre um e outro, até porque, sacrificar este que a senhora tem nos braços é mais fácil, pois não correrá nenhum risco.
A Mulher apavorou-se e disse: Não doutor! Que horror! Matar uma criança é um crime. O médico sorriu e, depois de algumas considerações, viu que a sua lição surtira efeito. Convenceu a mãe que não há menor diferença entre matar a criança que nasceu e matar uma ainda por nascer, mas já viva no seio materno. O crime é exatamente o mesmo!!!
Alguns princípios constituem-se como colunas que sustentam a vida social. O mais importante deles é a inviolabilidade da vida humana. Não podemos justificar crimes como o aborto justificando o direito da mulher sobre seu corpo ou a sua liberdade: a vida em formação depende do corpo da mãe, mas não é um órgão do seu corpo. A liberdade da mãe termina quando põe em risco uma vida que não lhe pertence.
A Vida do “outro”, mesmo nos primeiros instantes de fecundação, é valor absoluto, não pode ser posta à mercê da vontade da mãe, nem de nenhum outro indivíduo ou grupo humano. A vida é sempre dom gratuito, o primeiro e maior dos direitos humanos e sobre o qual os outros direitos se fundamentam. Esse direito maior deve ser acolhido sem pré-condições, porque a vida é um presente de Deus e somente Ele é Senhor da vida e da morte.
+ Itamar Vian
Arcebispo Emérito
di.vianfs@ig.com.br