quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Após ter mandato cassado, Dilma Rousseff mantém os direitos políticos

  • Ueslei Marcelino/Reuters
    Dilma prestou depoimento no Senado no julgamento do seu impeachment na segunda-feira
    Dilma prestou depoimento no Senado no julgamento do seu impeachment na segunda-feira
Apesar de decidir pelo impeachment da agora ex-presidente da República Dilma Rousseff (PT), o Senado manteve os direitos políticos da petista, em votação realizada na tarde desta quarta-feira (31). A manutenção dos direitos políticos de Dilma foi aprovada por 42 votos a favor da cassação e 36 contra. Houve três abstenções. Para que Dilma ficasse inelegível por oito anos, seria necessário que dois terços (54) dos senadores votassem pela inabilitação.
No início da tarde, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, determinou que a votação final do processo de impeachment no Senado da presidente afastada seria dividida em duas etapas, uma sobre a perda do mandato e a outra sobre a inabilitação dos seus direitos políticos.
O requerimento pela divisão foi feito pelo PT, representado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), no início dos trabalhos desta quarta. A iniciativa tinha como objetivo preservar o direito da petista de disputar eleições ou ocupar postos na administração pública mesmo se o Senado decidisse por sua cassação.
Na primeira votação, os senadores decidiram, por 61 votos a favor e 20 contra, que Dilma cometeu crimes de responsabilidade, afastando-a definitivamente da Presidência. No seu lugar, assume em definitivo o vice, Michel Temer (PMDB), que já ocupava o cargo interinamente desde o último 12 de maio, quando o Senado decidiu pelo afastamento da petista.
Em sua defesa no Senado, Dilma afirmou que não praticou irregularidades e que o impeachment é na verdade um "golpe de Estado" por ser motivado por razões políticas e por não ter existido crimes de responsabilidade em seu governo. Esses argumentos foram repetidos na segunda-feira (29) quando a petista passou 13 horas no plenário do Senado fazendo sua defesa, com um discurso pela manhã e respondendo questões dos senadores até o fim da noite.
Do outro lado, senadores que votaram pela condenação afirmam que Dilma foi responsável por graves irregularidades financeiras que contribuíram para aprofundar a crise econômica no país.
Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
O desmembramento da votação foi decidido na manhã desta quarta

Qual foi o crime de Dilma?

Dilma foi condenada pelas "pedaladas fiscais" do Plano Safra e por ter publicado três decretos que ampliaram a previsão de gastos do Orçamento sem autorização do Congresso Nacional.
Para que a punição seja a cassação do mandato, como no caso de Dilma, as condutas precisam estar descritas como crime de responsabilidade na Lei do Impeachment. Esse não é um tipo comum de crime, mas o único tipo de infração política que autoriza o impedimento.

DILMA SE DEFENDE DE ACUSAÇÃO DE PEDALADA

"Pedalada" é como ficou conhecida a prática de atrasar o repasse de dinheiro a bancos públicos responsáveis por programas federais. O TCU (Tribunal de Contas da União) entendeu que os atrasos, na prática, são um tipo de empréstimo dos bancos ao governo, o que é proibido por lei.
No Plano Safra, o governo atrasou pagamentos ao Banco do Brasil em valores que chegaram a R$ 13,5 bilhões em junho de 2015 e caíram a R$ 3,4 bilhões em dezembro do mesmo ano, segundo dados do Banco Central.
A defesa da presidente afirma que os atrasos não podem ser entendidos como um tipo proibido de empréstimo porque acontecem desde governos anteriores, apesar de terem usado isso em menor volume.
O Ministério Público Federal também entendeu que não houve empréstimos ilegais no Plano Safra e arquivou uma investigação criminal sobre o caso, mas ainda apura se houve improbidade administrativa por supostamente ser uma prática com o objetivo de "mascarar" a falta de dinheiro em caixa do governo.
 
No caso dos decretos, a decisão do Senado diz que a irregularidade foi ter publicado autorizações para mais gastos públicos sem autorização do Congresso, o que seria conseguido se os créditos ao orçamento fossem aprovados por projeto de lei.
A exigência de aval do Congresso seria obrigatória porque, quando os decretos foram editados, em julho e agosto de 2015, o governo sofria dificuldades para cumprir a meta fiscal, que é a economia nos gastos prevista em lei para pagar juros da dívida pública.
A defesa da presidente afirma que a própria lei do Orçamento dava autorização para a publicação dos decretos, pois naquele momento o governo promovia um corte de despesas para cumprir a meta fiscal de cerca de R$ 70 bilhões. Os três decretos ampliaram a previsão de gastos em R$ 1,75 bilhão, segundo perícia técnica do Senado. O valor corresponde a 0,15% de todos os gastos federais em 2015 (sem incluir o pagamento dos juros da dívida).
Dilma nega ter cometido um crime. A agora ex-presidente afirma que o entendimento de que a prática seria um tipo ilegal de operação de crédito só foi fixado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) no final de 2015 e que os atrasos aos bancos já ocorriam em governos anteriores. A petista também afirma que o Plano Safra do Banco do Brasil não era administrado diretamente por ela, o que excluiria a possibilidade de ela ser condenada pelas pedaladas fiscais.

Imprensa internacional prevê que senadores vão decidir pela saída de Dilma

A imprensa internacional está acompanhando a votação final do impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff, marcada para hoje (31), e já antecipa que ela será removida do cargo. O jornal britânico The Guardian, em sua edição americana, publicou artigo com perguntas e respostas para que o leitor entenda o que está acontecendo no Brasil.
O jornal explica que o Senado brasileiro está votando hoje a saída definitiva de Dilma Rousseff da presidência da República, dando sequência a um processo de impeachment que a afastou do cargo desde maio. De acordo com o artigo, a previsão é de que mais de dois terços dos 81 senadores vão apoiar a remoção de Dilma e confirmar o presidente interino Michel Temer como chefe de governo do país.
The Guardian observa que a acusação contra Dilma é que ela teria tomado empréstimos de bancos estaduais, sem a aprovação do Congresso, para compensar a falta de recursos orçamentários para executar projetos.
O jornal informa que os que se opõem a Dilma chamam de “pedaladas” a utilização de dinheiro não previsto no Orçamento, sem autorização do Congresso, para financiar a agricultura familiar, o que dá uma “impressão enganosa” sobre a real situação das finanças do Estado.

Colega de trabalho foi o pivô da separação de Bonner e Fátima, diz colunista

William Bonner e Fátima Bernardes surpreenderam ao Brasil ao anunciar a separação na noite de segunda-feira (29). Porém, de acordo com a colunista Fabíola Reipert, do site 'R7', uma colega de trabalho de Bonner seria o pivô da separação do casal. A proximidade entre os dois teria despertado a desconfiança de Fátima. Segundo o colunista Léo Dias, do jornal 'O Dia', Bonner saiu de casa uma semana antes do anúncio da separação. O colunista afirma também que esta não foi a primeira vez que o jornalista saiu de casa.  A colunista Fabíola Reipert também já havia divulgado que o casamento de Fátima e Bonner andava em crise. Segundo ela, o casal já enfrentava sinais de desgaste no casamento desde 2012. Esse teria sido o motivo dela pedir para sair da bancada do Jornal Nacional. Na época, o casado negou o boato.  Ainda de acordo com Reipert, a crise teria se agravado com a ida de Fátima para o 'Encontro'. Como apresentadora, ela teria passado a ganhar mais do que o marido e ainda tinha uma renda a mais com publicidade. Segundo a colunista, ela chega a ganhar mais do que o triplo que o marido recebe no Jornal Nacional.  Os dois emitiram um comunicado na noite de ontem em que revelam o divórcio e afirmam que não vou se pronunciar mais sobre o caso. Em respeito aos amigos e fãs que conquistamos nos últimos 26 anos, decidimos comunicar que estamos nos separando. Continuamos amigos, admiradores do trabalho um do outro e pais orgulhosos de três jovens incríveis. É tudo o que temos a declarar sobre o assunto. Agradecemos a compreensão, o carinho e o respeito de sempre. 

Cardozo chora após encerrar defesa: 'Condenação de Dilma seria 'uma pena de morte política'

Advogado de Dilma Rousseff, o ex-ministro José Eduardo Cardozo afirmou que a condenação da presidente afastada no julgamento do processo de impeachment seria "uma pena de morte política" e "uma execração". Nesta terça-feira (30), ele fez no Senado a defesa da presidente afastada e disse que a acusação recorre a "pretextos" para condenar Dilma, cometendo um "assassinato de reputação". Cardozo chorou ao deixar o plenário. Antes dele, haviam discursado a advogada de acusação, Janaína Paschoal, que também chorou (assista). A acusação teve ainda pronuncioamento do advogado Miguel Reale Júnior. Afirmou ainda daqui a um tempo ninguém se lembrará "do que Dilma é acusada".

Cai a mortalidade por câncer de pulmão entre os homens, diz estudo

Depois de décadas de crescimento da mortalidade masculina por câncer de pulmão, levantamento do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostra que houve redução dessa taxa - o número de homens mortos em decorrência da doença passou de 18,5 por 100 mil habitantes para 16,3 por 100 mil, comparando-se os anos de 2005 e 2014. É a primeira vez que essa queda aparece nas pesquisas. Mas o mesmo fenômeno não se repete entre as mulheres. Nesse período, a taxa de mortalidade feminina passou de 7,7 para 8,8 em 100 mil habitantes. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (29), em cerimônia de comemoração dos 30 anos do Dia Nacional de Combate ao Fumo, na Casa Brasil, na zona portuária. A redução da mortalidade masculina por câncer de pulmão está ligada a diminuição no número de fumantes no Brasil. 

Após 63 discursos, 43 senadores declaram voto pró-impeachment




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  • Marcos Oliveira/Agência Senado
    Senador Cristovam Buarque (PPS-DF) foi um dos que declararam voto pró-impeachment
    Senador Cristovam Buarque (PPS-DF) foi um dos que declararam voto pró-impeachment
Após mais de 16 horas de sessão no penúltimo dia do julgamento do impeachment, no Senado, da presidente afastada, Dilma Rousseff, 43 senadores anunciaram que vão votar a favor da saída dela do cargo. Outros 18 afirmaram que devem votar pela permanência da presidente - outros dois senadores não anunciaram seus votos, em um total de 63 discursos, que começaram às 14h32 de terça-feira (30) - a sessão começou às 10h26.
Quinze dos 18 senadores que não discursaram no plenário antes da votação do impeachment já se posicionaram, em algum momento, pelo afastamento da presidente. Entre eles, estão ex-ministros do governo Dilma, a exemplo de Eduardo Braga (PMDB-AM) e Edison Lobão, que votaram para transformá-la em ré no processo, no dia 10 de agosto.
Outros três senadores não inscritos são defensores da permanência de Dilma: Kátia Abreu (PMDB-TO), ex-ministra da Agricultura, Telmário Mota (PDT-RR) e Paulo Rocha (PT-PA). O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ainda não manifestou seu voto.
A sessão desta quarta-feira (31) será destinada à votação final do processo do impeachment. É nessa etapa que os senadores de fato julgam a presidente. Se o impeachment tiver o apoio de pelo menos dois terços (54) dos 81 senadores, Dilma será condenada por ter cometido crime de responsabilidade, perde definitivamente o cargo e fica proibida por oito anos de ocupar cargos públicos.
A sessão está prevista para começar às 11h, mas eventuais recursos da defesa ou questionamentos dos senadores podem alongar o debate sobre o trâmite do processo e atrasar o início dos trabalhos.
Antes da votação, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, apresentará um relatório com o resumo dos argumentos da acusação e da defesa, com as respectivas provas apresentadas.
Em seguida, até dois senadores favoráveis ao impeachment e também dois contrários poderão falar por cinco minutos.
Encerrado o debate, o presidente do STF enuncia a pergunta que será respondida pelos senadores na votação:

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Mulher é presa após bater em marido que não parava de “peidar” na cama

gases
Uma mulher foi presa depois que ela bateu no marido que não parava de soltar gases na cama. O incidente ocorreu no dia 11 de dezembro, na Flórida. 
Segundo os depoimentos dados à polícia, Dawn começou a discutir com o marido, Donald Fitzroy Meikle, devido aos gases e o expulsou da cama. Com a insistência do homem em retornar ao quarto, os dois começaram a lutar. 
Dawn inclusive usou spray de pimenta durante a confusão. Ela agora enfrenta acusações de agressão doméstica.

Mestrado em Estudo de Linguagens da UNEB inscreve para aluno regular


Estão sendo ofertadas 20 vagas; inscrições seguem até dia 9 de setembro
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A Uneb, através do Programa de Pós-Graduação em Estudo de Linguagens (PPGEL), está com inscrições abertas, até o dia 9 de setembro, para seleção de mestrado na categoria aluno regular.

A iniciativa, voltada para graduados em letras, psicologia, comunicação, direito e áreas afins, está disponibilizando 20 vagas, distribuídas igualmente entre as linhas de pesquisas: Leitura, literatura e identidades; e Linguagens, discurso e sociedade.

Os interessados deverão realizar inscrição no site www.ppgel.uneb.br e entregar os documentos exigidos no edital da seleção presencialmente na secretaria do programa, no Campus I da universidade, em Salvador. Há ainda a possibilidade de enviar a documentação pelos Correios, via Sedex. A taxa é de R$ 100.

O processo seletivo prevê prova escrita, análise do currículo e do anteprojeto de pesquisa, além de entrevista e teste de proficiência.

O resultado final está previsto para ser divulgado até o dia 5 de dezembro.

Mais informações no site www.uneb.br.

Caravana de Justiça Social: Odontomóvel permanecerá por mais uma semana em Jequié


 

  /  Jequié
Secretário Geraldo Reis visitando o gabinete de procedimentos do Odontomóvel
Secretário Reis visita o Odontomóvel. Foto: Raimundo Santana
A Caravana de Justiça Social, que desde o último dia 22, se instalou em Jequié inicialmente com o  Odontomóvel para atender à população com serviços de extrações, restaurações e limpezas dentárias permanecerá durante a próxima semana, instalado no Colégio Polivalente Eduardo Boaventura, no bairro Jequiezinho. A informação foi dada pelo secretário Geraldo Reis, da Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, durante sua estada no último sábado no  Mutirão de Serviços da sétima edição da Caravana de Justiça Social. Durante a Caravana da Justiça Social também foi disponibilizado os serviços  para  a população oriunda do Centro Pop local, incluída em situação de rua e também aos usuários de substâncias psicoativas. Outras pessoas da comunidade também procuraram o local.  As atividades coordenadas pela SJDHDS em Jequié, beneficiaram no sábado,  cerca de 1200 pessoas, com a oferta de serviços nas áreas de assistência social, saúde, orientação jurídica, educação para o trânsito, defesa do consumidor, direitos humanos, documentação e acessibilidade. Segundo a coordenadora da Caravana de Justiça Social, Ana Paula Sampaio, ”a parceria com os diferentes órgãos tem sido fundamental para o bom êxito dessa iniciativa,  que pretende fortalecer o braço social do Pacto pela Vida em toda Bahia”.  A próxima edição da Caravana da Justiça Social será no município de Paulo Afonso, de 05 a 10 de setembro.

CARDOSO Aquele que perde a capacidade de se indignar diante da injustiça, perdeu a sua humanidade


 

 

WhatsApp: 71 9206-5826
TERÇA-FEIRA, 30 DE AGOSTO DE 2016
Bastante emocionado, o ex-ministro José Eduardo Cardozo não conseguiu segurar as lágrimas depois de apresentar a defesa da presidente afastada, Dilma Rousseff, no plenário do Senado. Ele classificou de "muito injustas" as palavras da acusação, de que o afastamento da petista teria como objetivo o bem das gerações futuras.
"As palavras da acusação foram muito injustas. Para quem conhece a presidente Dilma, pedir a condenação para defender os seus netos, foi algo que me atingiu muito fortemente", disse Cardozo.
Questionado sobre o motivo de estar tão emocionado, Cardozo respondeu que ele jamais vai perder a capacidade de se indignar diante das injustiças. "Aquele que perde a capacidade de se indignar diante da injustiça, perdeu a sua humanidade, por isso eu me emocionei."
Em sua exposição, a advogada de acusação, Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment pediu desculpas pelo sofrimento causado em Dilma, mas disse que fez "isso também pensando nos netos dela". 
A fala causou reação imediata no plenário. Ela foi chamada de "golpista" pelo deputado José Guimarães (PT-CE). 
Assim que acabou a sua explanação no plenário, Cardozo foi abraçado por senadores aliados. Parlamentares a favor do impeachment também o cumprimentaram. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), aplaudiu efusivamente a sua fala

6 Em cidade do RN, todos os candidatos a vereador devem ser eleitos


 

No município de Lucrécia (RN), todos os nove candidatos devem ser eleitos às nove vagas na Câmara Municipal, segundo levantamento do G1 com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os dados mostram a relação candidato por vaga nas cidades do país. Segundo o TSE, os candidatos de Lucrécia não pertencem ao mesmo partido, mas todos estão na mesma coligação “Unidos por Lucrécia.” Em outras três cidades, apenas um dos candidatos não se elegerá: Mato Queimado (RS), São José do Ouro (RS) e Planalto Alegre (SC). Esses municípios têm 10 candidatos concorrendo a nove vagas.

Gilmar Mendes diz que processo de impeachment é constrangedor e vexatório


Para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, o impeachment "é um processo doloroso para todos e extremamente constrangedor e às vezes até vexatório". Ele ressaltou que os dois processos de impeachment que o país viveu chegaram ao final. "Talvez falte um pouco de força das nossas instituições para dar cabo a isso antes". A declaração foi dada à imprensa no Instituto de Direito Público de São Paulo, onde o ministro deu uma aula aberta na noite de hoje (29).
O ministro do STF Gilmar Mendes disse que o importante é que a questão do impeachment seja definidaMarcelo Camargo/Agência Brasil
Questionado sobre a possível permanência da presidenta afastada Dilma Roussef, Mendes somente disse que o importante é que a questão do impedimento seja definida. "Esse quadro de indefinição, que já dura bastante tempo, custa muito ao país. O impeachment, eu tenho a impressão até que nos seus primórdios aqueles que pensaram, os founding fathers, o modelo americano, eles não pensavam o impeachment para ter um resultado final. Em geral, o que se quer é, em meio ao processo de impeachment, quando ele se torna palpável, definitivo, que haja um desenlace, que as forças políticas cheguem a um acordo, renúncia ou coisa do tipo", disse.
Gilmar Mendes disse que acompanhou o início do depoimento de Dilma pelo rádio e pela televisão. "Acho normal, acho importante que se exerça esse direito de defesa e que se afaste qualquer suspeita de restrição à proteção dos direitos, acho extremamente importante a presença dela no Senado", disse.
Sobre a afirmação de que o atual processo de impeachment é um golpe, ele disse acreditar que "isso é um jogo de retórica". "Não me parece que com tanta supervisão por parte do Congresso, Câmara, Senado, o Supremo acabou por regular tudo isto, agora o julgamento é presidido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, parece demasiado falar-se em golpe", avaliou.
Julgamento TSE
Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro comentou o processo de julgamento das contas de campanha de Dilma e Michel Temer. "Agora temos a troca de relatores, amanhã já acontece isso. O ministro Herman Benjamin assume no lugar da ministra Maria Thereza. Ele vai assumir então essas contas, essa relatoria".
Segundo Mendes, o processo já está avançado e a parte de produção de provas e perícia já está praticamente concluído. A próxima etapa serão os testemunhos. "Eu sei que já foram marcadas datas para os depoimentos e tudo mais, mas pode ser que tenhamos que chegar a 2017", disse sobre o prazo para o processo.
Perguntado sobre a perda do objeto da ação caso haja o impeachment da presidenta afastada, ele disse que "essa é uma questão que terá que ser submetida ao plenário, ao colegiado pleno". "Com certeza o processo estará prejudicado em relação à presidente Dilma Roussef, que é cabeça de chapa. Portanto esse tema vai se colocar, certamente o Tribunal vai se debruçar sobre alguma questão de ordem a propósito desse tema", disse, porém sem dar mais detalhes.