quarta-feira, 14 de outubro de 2015

É ridículo, diz Cunha sobre possibilidade de PT pedir sua prisão



 

  • Antonio Cruz - 13.out.2015/Agência Brasil
    Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara
    Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta quarta-feira (14) que é "ridícula" a hipótese de o PT pedir sua prisão caso ele decida acolher algum dos pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). "É ridículo. Nem se comenta. Acho que eles deveriam pedir algumas prisões de alguns membros deles que participaram de muita coisa. Seria mais provável", afirmou Cunha em entrevista coletiva.
A declaração de Cunha foi uma resposta a parlamentares e advogados do PT que defendem que o partido peça a prisão do presidente da Câmara caso ele acolha algum pedido de impeachment contra a presidente. 
A tese ganhou força na última terça-feira (13), após três decisões liminares concedidas por ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) interromperem, temporariamente, o andamento dos processos de impeachment conforme havia sido determinado por Cunha. 
Em setembro, Cunha havia decidido que o rito do trâmite dos pedidos de impeachment seguiria o regimento interno da Câmara. Desta forma, caso ele rejeitasse algum dos pedidos, os parlamentares poderiam recorrer da decisão e submetê-la ao plenário. A oposição acredita que assim, seria mais fácil conseguir instaurar o processo de impeachment. As decisões da última terça-feira, no entanto, retiram a possibilidade de a oposição recorrer ao plenário da Câmara e jogam sobre Cunha, exclusivamente, a responsabilidade por dar início ou não ao processo de impeachment contra Dilma.
Cunha refutou ainda o argumento levantado pelo coordenador jurídico da campanha à reeleição de Dilma Rousseff, Flávio Caetano, segundo o qual as decisões do STF impediam o presidente da Câmara de tomar qualquer decisão em relação aos pedidos de impeachment. 
"Eu devo ter lido uma peça diferente. Tanto que ontem que eu proferi decisões. Sei exatamente o que está escrito na decisão que eu li", disse Cunha referindo-se aos cinco pedidos de impeachment que ele indeferiu na última terça-feira.
Cunha disse que, em relação às decisões do STF da última terça-feira, ele deverá entregar a defesa da Câmara até a próxima sexta-feira (16). Ele afirmou que vai acompanhar pessoalmente a elaboração da resposta da Casa, mas disse que é importante que o STF se pronuncie sobre o tema rapidamente.
"Não pode ter um tema dessa complexidade levando muito tempo para ser definido", disse. "Quero olhar pessoalmente cada detalhe da resposta", completou o presidente.

Denunciado ao Conselho de Ética

O ataque de Cunha ao PT acontece um dia depois de pelo menos 32 deputados federais da sigla terem assinado a denúncia protocolada pelo PSOL e pela Rede contra o peemedebista no Conselho de Ética da Câmara
Cunha é suspeito de ter mentido durante o depoimento que prestou em março deste ano à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras no qual negou ter contas no exterior.
Nas últimas semanas, no entanto, documentos colhidos pelo Ministério Público da Suíça foram revelados e indicaram que Cunha mantinha pelo menos quatro contas secretas no país europeu
Há suspeitas de que o dinheiro movimentado pelas contas seja fruto de pagamento de propina do esquema investigado pela operação Lava Jato, que apura irregularidades em contratos de estatais como a Petrobras e a Eletronuclear.

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