Santa Bárbara foi, segundo as tradições católicas, uma jovem nascida na cidade de Nicomédia (na região da Bitínia), atual Izmit, Turquia nas margens do Mar de Mármara, isto nos fins do século III da Era cristã. Esta jovem era a filha única de um rico e nobre habitante desta cidade do Império Romano chamado Dióscoro.
Por ser filha única e com receio de deixar a filha no meio da sociedade corrupta daquele tempo, Dióscoro decidiu fechá-la numa torre.
Santa Bárbara na sua solidão, tinha a mata virgem como quintal, e,
segunda alegam as tradições, "questionava-se" se de fato, tudo aquilo
era criação dos ídolos que aprendera a cultuar com seus tutores naquela
torre.
Por ser muito bela e, acima de tudo, rica, não lhe faltavam pretendentes para casamentos, mas Bárbara não aceitava nenhum.
Desconcertado diante da cidade, Dióscoro estava convencido que as
"desfeitas" da filha justificavam-se pelo fato dela ter ficado trancada
muitos anos na torre. Então, ele permitiu que ela fosse conhecer a
cidade; durante essa visita ela teve contato com cristãos, que lhe
contaram sobre os ensinamentos de Jesus sobre o mistério da união da Santíssima Trindade. Pouco tempo depois, um padre vindo de Alexandria à batizou.
Em certa ocasião, segundo contam as tradições católicas, seu pai
"decidiu construir uma casa de banho com duas janelas para Bárbara.
Todavia, dias mais tarde, ele viu-se obrigado a fazer uma longa viagem.
Enquanto Dióscoro viajava, Barbara ordenou a construção de uma terceira janela na torre, visto que a casa de banho ficara na torre. Além disso, ela esculpira uma cruz sobre a fonte".
O seu pai Dióscoro, quando voltou, "reparou que a torre onde tinha
trancado a filha tinha agora três janelas em vez das duas que ele
mandara abrir. Ao perguntar à filha o porquê das três janelas, ela
explicou-lhe que isso era o símbolo da sua nova Fé. Este facto deixou o
pai furioso, pois ela se recusava a seguir as tradições dos deuses do Olimpo".
Sentença de Morte
"Debaixo de um impulso e furia", como alegam as tradições, "e
obedecendo à sua tradiçõe dos deuses do Olimpo, Dióscoro denunciou a
própria filha ao Prefeito Martiniano
que a mandou torturar numa tentativa de a fazer renunciar sua fé, fato
que não aconteceu. Assim Marcius condenou-a à morte por degolação".
Durante sua tortura em praça pública, uma jovem cristã de nome Juliana denunciou os nomes dos carrascos, e imediatamente foi presa e entregue à morte juntamente com Bárbara.
Ambas foram levadas pelas ruas de Nicomédia por entre os gritos de raiva da multidão. Bárbara, segundo alega-se, teve os "seios
cortados, depois foi conduzida para fora da cidade onde o seu próprio
pai a executou, degolando-a. Quando a cabeça de Bárbara rolou pelo chão,
um imenso trovão estrondou pelos ares fazendo tremer os céus. Um relâmpago flamejou pelos ares e atravessando o céu fez cair por terra o corpo sem vida de Dióscoro".
Oração de Santa Bárbara
Santa Bárbara, que sois mais forte que as torres das fortalezas e a
violência dos furacões, fazei que os raios não me atinjam, os trovões
não me assustem e o troar dos canhões não me abalem a coragem e a
bravura. Ficai sempre ao meu lado para que possa enfrentar de fronte
erguida e rosto sereno todas as tempestades e batalhas de minha vida,
para que, vencedor de todas as lutas, com a consciência do dever
cumprido, possa agradecer a vós, minha protetora, e render graças a
Deus, criador do céu, da terra e da natureza: este Deus que tem poder de dominar o furor das tempestades e abrandar a crueldade das guerras. Por Cristo, nosso Senhor. Amém. |