terça-feira, 18 de novembro de 2014

Cachaça de Abaíra ganha maior prestigio com o reconhecimento da Indicação Geográfica

Cachaça Abaira em diversas embalagens para exportação e mercado interno. Foto- Heckel Junior.
Cachaça Abaira em diversas embalagens para exportação e mercado interno. Foto- Heckel Junior.
Conhecida nacionalmente, a tradicional cachaça de Abaíra, com festival dedicado a ela no município desde a década de 80, e exportada para diversos países europeus, conquistou este ano o reconhecimento de Identificação Geográfica, fornecido pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa). Esse status garante à cachaça o reconhecimento de sua reputação, qualidades e características que estão vinculadas à região onde é produzida, na Chapada Diamantina. A Secretaria da Agricultura do Estado da Bahia (Seagri), através da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), incentiva esta cultura, desde a plantação da cana-de-açúcar, até a produção da cachaça na região, que engloba os municípios de Abaíra, Jussiape, Mucugê e Piatã. A Seagri/Edda garante assistência técnica (Ater) gratuitamente, aos agricultores familiares, que fazem da cana sua principal fonte de renda.
 O secretário da Agricultura, Jairo Carneiro, ressaltou a importância da Seagri/Edba, que desde os anos 80 vem buscando junto aos agricultores, o aperfeiçoamento da produção, através de assistência técnica e capacitação dos produtores, modernização das agroindústrias, além da introdução e organização de novas variedades. O governo do Estado estimula também o associativismo, criando um modelo de produção sustentável e agroindústrias comunitárias. “Seguimos equipando as cooperativas com uma estrutura moderna e qualificada, para alavancar a cadeia da cana-de-açúcar nesta região, e avançar na produção de cachaça e seus derivados da planta, a exemplo de rapadura, açúcar mascavo e melaço, com mais qualidade, e é isso que estamos fazendo”, disse.
 De acordo com o Mapa, o Registro de Indicação Geográfica (IG) é conferido a produtos ou serviços característicos do seu local de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria, além de distingui-los em relação aos seus similares disponíveis no mercado. Esses são produtos que apresentam qualidade única em função de recursos naturais como o solo, a vegetação, o clima e o saber fazer (know-how ou savoir-faire). O Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI é a instituição que concede o registro e emite o certificado.
“Orientamos os agricultores para que a lavoura da cana-de-açúcar tenha boa produtividade, sobre a importância da adubação orgânica, desde as análises de solo, até a escolha da variedade mais produtiva e resistente à doenças, e o espaçamento correto entre plantas”, declarou o engenheiro agrônomo Ebda e técnico da Ater, Rafael Rocha.
De acordo com o presidente da Ebda, Elionaldo Faro Teles, “a cana-de-açúcar é uma das cadeias produtivas mais importantes, por seu aspecto social, envolvendo milhares de agricultores familiares. Por isso mesmo, a Ebda olha para esse segmento com prioridade, criando condições necessárias para o seu desenvolvimento”.